Tricotemos
Uma ideia simples, sensorial, linda e muiiito trabalhosa. Este stopmotion foi produzido com o intuito de demonstrar o calor do gás natural se espalhando pela casa. Uma malha de lã toma conta de toda o ambiente, a preparação foi de um mês e sua gravação durou 4 dias, com uma equipe especializada composta por mais de 40 pessoas, utilizando-se de 4 câmeras. Produzido pela Lovo Films. Confira o link do Making of.
Esse vídeo dá uma ideia do assunto de hoje.
Segundo a Surface Design Association, o Design de Superfície refere-se a qualquer processo que dê estrutura, estampa, ou cor à fibra ou ao tecido. Entre eles estão a pintura, costura, impressão, tecelagem, entre outros. Essa organização sem fins lucrativos, existe desde 1977, e demonstra como o Design de Superfície teve sua origem na área têxtil.
Retornando à sua origem e resgatando valores e tradições dos trabalhos manuais que as nossas avós faziam, o bordado, crochê e o tricô estão em evidência ultimamente no mundo do design e da arte.
Podemos ver essas interações com a superfície em ilustrações, como as de Izziyana Suhaimi que utiliza a técnica do bordado manual em detalhes da pintura, e nas do italiano Maurizio Anzeri que faz, como ele diz, “fotografias-esculturas” pois adiciona a costura (elemento tridimensional) em retratos e assim os transforma em esculturas. A obra de Maurizio foi utilizada na capa da mais recente edição do Jornal da Surface Design Association.
Também podemos ver referência na instalação tipográfica feita com cordas, por Sean Martindale, designer e artista, cujas instalações lúdicas questionam e sugerem outras possibilidades para os espaços urbanos.
Além disso, teve muita repercussão o trabalho da artista têxtil Toshiko Horiuchi MacAdam, que fez um parque de diversões inteiro de crochê. Anos atrás durante a exibição de uma escultura, em uma galeria no Japão, ela viu as crianças interagindo e tocando na obra, e a partir daí surgiu a ideia de fazer uma obra específica para elas.
A artista explora os sentidos das crianças, sua obra é extremamente sinestésica. Estimula o toque graças a textura diferenciada e dá uma sensação de aconchego pois a matéria prima (diferente dos parques convencionais) não é fria, nem dura; além da visão, é claro, com essa composição multicolorida. Em um site com seus trabalhos podermos ver a frase “Beyond the Comfort Zone”, agora é ver o que mais ela vai criar além de sua zona de conforto.
Estando nesse assunto, não poderia não falar de Agata Olek. Ela é uma polonesa formada em estudos culturais que quando foi para Nova York reencontrou sua habilidade de fazer crochê. Agata acredita que usa o crochê como seu método artístico pois é possível fazer duas coisas ao mesmo tempo: assistir a filmes e fazer arte. Ela basicamente tricota tudo o que se pode pensar, faz instalações, esculturas, figurinos, e outros. Acompanhe o seu processo de revestimento de monumentos públicos.
E você ? Se animou para tricotar seu trabalhos por aí ?
Saiba mais com a galera animadíssima que participa de eventos como o Worldwide Knit in Public Day. Todo ano milhares de tricoteiras e tricoteiros se reunem em metrôs, parques e ruas. Aqui no Brasil há grupos como o Tricotarde e as Tricoteiras, o último encontro em São Paulo contou com presença de muitos e o passeio pelo metrô acabou indo até a Pinacoteca da cidade.
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