Design de Superfície
O homem interfere e modifica a superfície dos objetos com os quais convive desde as civilizações pré-históricas. A importância da superfície é ressaltada por Manzini: “[…] concentra muito daquilo que num objeto é significante para um observador/utilizador: qualidades sensoriais (propriedades ópticas, térmicas, tácteis), valores simbólicos e culturais […]”.
A pele/ interface/ membrana das coisas
Definição
O uso da expressão surface design provavelmente foi criado pela Surface Design Association. A SDA, associação de artistas têxteis americanos, existe desde 1977. Seus participantes exercem pesquisas, publicam revistas e jornais, expõem trabalhos, realizam congressos e promovem atividades criativas relacionadas à exploração da área têxtil.
A responsável pela nomenclatura Design de Superfície no Brasil, foi a designer Renata Rubim. A tradução literal da expressão aconteceu nos anos 80, após estudar nos Estados Unidos e ter contato com esse ambiente. Renata compreendeu como a expressão era representativa. Aqui ela é mais abrangente, e utilizada para projetos nas mais diversas superfícies, sem nenhum tipo de conexão a um anteparo específico.
Brasil
No Brasil, existe o Núcelo de Design de Superfície na UFRGS, no Rio Grande do Sul. Desde a sua fundação em 1998, o grupo realiza pesquisas, parcerias nacionais e internacionais. O objetivo é construir, divulgar e consolidar a área do Design de Superfície no meio acadêmico, científico e profissional.
A vontade de contribuição para o pensamento crítico nessa área, motivou o lançamento do livro Design de Superfície, escrito por Evelise Anicet Ruthschilling em 2008.
Bibliografia básica e imprescindível para quem quer saber mais sobre o tema, o livro abrange a evolução histórica do design de superfície, as áreas de atuação e aplicação, educação, fundamentos, ferramentas utilizadas, além de outras informações bem úteis para os interessados.
E você com isso
Projetos de design de superfície tradicionalmente compreendem a criação e desenvolvimento de funções práticas e estéticas visando a constituição e o tratamento de superfícies quaisquer, resultando em uma identidade única.
O interessante é que a superfície está se tornando objeto em si e não apenas revestimento.
Ótima oportunidade para complementar os seus trabalhos e explorar as diferentes mídias, suportes e meios que o design de superfície oferece.
As possibilidades são inúmeras, entre elas estão: estamparia para papéis e tecidos, embalagens, papéis de parede, revestimentos residenciais e comerciais, área têxtil, cerâmica, materiais sintéticos, ambientes virtuais.
O design de superfície, além de tudo isso, é democrático e receptivo. Aceita curiosos das mais diversas áreas do design.
Procure saber:
Athos Bulcão
Evelise Anicet Ruthschilling
Ezio Manzini
Renata Rubim
Ronan & Erwan Bouroullec
www.nds.ufrgs.br
Referências
MANZINI, E. A matéria da invenção. Lisboa: Centro Português de Design, 1993.
RUBIM, Renata. Desenhando a superfície. 2. ed. rev. atual. São Paulo, SP: Rosari, 2010.
RUTHSCHILLING, Evelise Anicet. Design de Superfície. Porto Alegre: Editora da UFRGS,2008.
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