Desvendando os mistérios dos códigos de barras

Por Maia Amanda

Um código de barras nada mais é que uma maneira de integrar bens de consumo à sua cadeia de suprimentos. Ele é uma característica presente em produtos e serviços que facilita a identificação exclusiva e o rastreamento de itens.

Todo o produto tem um número ou código de identificação. Este número pode ser facilmente lido pelo meio do código de barras, através da leitura eletrônica/óptica. Ele é utilizado em diversos processos que vai desde a fabricação até o ponto de venda, ou em qualquer etapa que necessite a captura e rastreamento de dados.

Os números que identificam os produtos em um PDV, por exemplo, podem ser representados por meio de símbolos, que são lidos por meio de um scanner – o famoso “BIP” no caixa do supermercado.

O Sistema GS1 é um modelo oficial de padronização dos processos de identificação de produtos e gestão comercial, que existe desde 2006. Ele nada mais é do que um tipo de código de barras com base linear alfanumérico padrão, utilizado em mais de 140 países. Este código permite a inserção de grande um número de informações em um pequeno espaço disponível.

figura-1

 

O sistema GS1 …

“Facilita a integração de processos, proporcionando soluções estruturadas para mensagens eletrônicas, viabilizando a total rastreabilidade das operações e a visibilidade dos itens que transitam nas cadeias de suprimentos (…) Garante a integração logística e comercial entre parceiros da cadeia de suprimentos de diversos setores” (GS1BR)

Para um produto ser decodificado, é importante entender a simbologia existente. Um exemplo disso é o chamado EAN13 que contém dados de identificação do país de origem do produto, nome da empresa fabricante, número de identificação do produto e um dígito verificador. Tudo isso com 13 números.

FIGURA 2

Cada traço preto equivale a representação de número 1, e o espaço em branco ao 0. Diversas combinações entre os algarismos 0 e 1 formam os números de 0 a 9. As duas barras finas e compridas localizadas nas extremidades do código servem para sinaliza o início e o fim do código do produto (auxiliam na leitura do código pelo scanner). Os Primeiros dígitos representam o país de fabricação (789 = Brasil). Os 5 números seguintes representam a empresa (cada CNPJ possui um). Os próximos 4 números identificam o produto em si. E por fim, o dígito verificados que é formado por uma operação de soma e divisão entre os algarismos anteriores. Este último número serve para confirmar a leitura correta do scanner. Caso o resultado não coincidir com o esperado, a leitura não será realizada.

Este sistema de códigos é utilizado por empresas de todo mundo para aumentar a produtividade, reduzir custos em processos comerciais, logísticos e produtivos. No entanto, para entender este sistema, é necessário ver como foi que ele surgiu.

 

História

Os supermercados desde sua existência sempre precisaram estocar diversos produtos de marcas diferentes. No entanto, antigamente, não existia um controle da contabilidade de todos os itens. Por muito tempo a única forma de controlar o que havia dentro do estabelecimento era literalmente fechar as portas para a contagem dos produtos. Muitas vezes, os supermercados ficavam até 3 dias “fechados para balanço”. Este procedimento caro e cansativo era feito manualmente pelos funcionários (item por item), e servia de base para os gestores para as próximas compras de produtos. O único jeito de saber se os produtos estavam sendo vendidos era a falta ou presença deles nas prateleiras.

Este fechamento começou a se extinguir apenas na metade da década de 90, quando o presidente de uma rede de supermercados decidiu criar um sistema de gerenciamento e controle com base em símbolos. Os primeiros códigos de barras eram em formatos de círculos, também conhecido como bull’s eyes (olhos de touro). Alguns anos depois também foi criado o primeiro leitor de código de barras. Em 1962 a Philco comprou a ideia e a partir deste momento diversas empresas iniciaram a criação de seus próprios códigos. Após diversas tentativas, surgiu o nosso conhecido código de barras com linhas verticais, também conhecido como Código de Produto Universal. No dia 26 de junho de 1974 o primeiro código de barras foi lido por um scanner: era de uma caixa de chicletes no mercado Americana Marshs em Ohio.

A GS1 Brasil lançou um programa que certifica o código de barras. A Certificação assegura que os códigos de barras serão registrados com o melhor desempenho nos pontos de venda de forma eficiente, facilitando as atividades dos varejistas, distribuidores e fabricantes, e proporcionando melhor experiência de compras a seus consumidores.

“Os códigos de barras em conformidade com os padrões GS1 possuem leitura, pelo menos, 26% mais rápida” (GS1 BR)

A cor é um dos fatores que determina a qualidade do código de barras. Os elementos devem ser contrastantes para facilitar a leitura do scanner. A melhor combinação existente são as barras pretas em fundo branco! Também é possível inovar na aplicação das barras nos códigos, fazendo com que a embalagem fique mais interativa e atrativa.

figura 03

image5

 

Referências

Maia Amanda

Maia Amanda

Atualmente trabalha na Vitao Alimentos como responsável pelo setor de Design e Marketing. Mestre em Design da Informação (UFPR/2013) e formada em Design Visual (ESPM/2010). Intercambista em Lisboa e nos EUA. Em suas experiências,descobriu a paixão pelo estudo da informação e do design aplicado ao transporte público. Mobiliário Urbano, Representação de Mapas, Design Inclusivo, Daltonismo e Estudo da Cor também foram paixões descobertas. Além disso, ama fotografia, cores, viagens, design, grêmio, embalagem e música.

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Por Maia Amanda

Um código de barras nada mais é que uma maneira de integrar bens de consumo à sua cadeia de suprimentos. Ele é uma característica presente em produtos e serviços que facilita a identificação exclusiva e o rastreamento de itens.

Todo o produto tem um número ou código de identificação. Este número pode ser facilmente lido pelo meio do código de barras, através da leitura eletrônica/óptica. Ele é utilizado em diversos processos que vai desde a fabricação até o ponto de venda, ou em qualquer etapa que necessite a captura e rastreamento de dados.

Os números que identificam os produtos em um PDV, por exemplo, podem ser representados por meio de símbolos, que são lidos por meio de um scanner – o famoso “BIP” no caixa do supermercado.

O Sistema GS1 é um modelo oficial de padronização dos processos de identificação de produtos e gestão comercial, que existe desde 2006. Ele nada mais é do que um tipo de código de barras com base linear alfanumérico padrão, utilizado em mais de 140 países. Este código permite a inserção de grande um número de informações em um pequeno espaço disponível.

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O sistema GS1 …

“Facilita a integração de processos, proporcionando soluções estruturadas para mensagens eletrônicas, viabilizando a total rastreabilidade das operações e a visibilidade dos itens que transitam nas cadeias de suprimentos (…) Garante a integração logística e comercial entre parceiros da cadeia de suprimentos de diversos setores” (GS1BR)

Para um produto ser decodificado, é importante entender a simbologia existente. Um exemplo disso é o chamado EAN13 que contém dados de identificação do país de origem do produto, nome da empresa fabricante, número de identificação do produto e um dígito verificador. Tudo isso com 13 números.

FIGURA 2

Cada traço preto equivale a representação de número 1, e o espaço em branco ao 0. Diversas combinações entre os algarismos 0 e 1 formam os números de 0 a 9. As duas barras finas e compridas localizadas nas extremidades do código servem para sinaliza o início e o fim do código do produto (auxiliam na leitura do código pelo scanner). Os Primeiros dígitos representam o país de fabricação (789 = Brasil). Os 5 números seguintes representam a empresa (cada CNPJ possui um). Os próximos 4 números identificam o produto em si. E por fim, o dígito verificados que é formado por uma operação de soma e divisão entre os algarismos anteriores. Este último número serve para confirmar a leitura correta do scanner. Caso o resultado não coincidir com o esperado, a leitura não será realizada.

Este sistema de códigos é utilizado por empresas de todo mundo para aumentar a produtividade, reduzir custos em processos comerciais, logísticos e produtivos. No entanto, para entender este sistema, é necessário ver como foi que ele surgiu.

 

História

Os supermercados desde sua existência sempre precisaram estocar diversos produtos de marcas diferentes. No entanto, antigamente, não existia um controle da contabilidade de todos os itens. Por muito tempo a única forma de controlar o que havia dentro do estabelecimento era literalmente fechar as portas para a contagem dos produtos. Muitas vezes, os supermercados ficavam até 3 dias “fechados para balanço”. Este procedimento caro e cansativo era feito manualmente pelos funcionários (item por item), e servia de base para os gestores para as próximas compras de produtos. O único jeito de saber se os produtos estavam sendo vendidos era a falta ou presença deles nas prateleiras.

Este fechamento começou a se extinguir apenas na metade da década de 90, quando o presidente de uma rede de supermercados decidiu criar um sistema de gerenciamento e controle com base em símbolos. Os primeiros códigos de barras eram em formatos de círculos, também conhecido como bull’s eyes (olhos de touro). Alguns anos depois também foi criado o primeiro leitor de código de barras. Em 1962 a Philco comprou a ideia e a partir deste momento diversas empresas iniciaram a criação de seus próprios códigos. Após diversas tentativas, surgiu o nosso conhecido código de barras com linhas verticais, também conhecido como Código de Produto Universal. No dia 26 de junho de 1974 o primeiro código de barras foi lido por um scanner: era de uma caixa de chicletes no mercado Americana Marshs em Ohio.

A GS1 Brasil lançou um programa que certifica o código de barras. A Certificação assegura que os códigos de barras serão registrados com o melhor desempenho nos pontos de venda de forma eficiente, facilitando as atividades dos varejistas, distribuidores e fabricantes, e proporcionando melhor experiência de compras a seus consumidores.

“Os códigos de barras em conformidade com os padrões GS1 possuem leitura, pelo menos, 26% mais rápida” (GS1 BR)

A cor é um dos fatores que determina a qualidade do código de barras. Os elementos devem ser contrastantes para facilitar a leitura do scanner. A melhor combinação existente são as barras pretas em fundo branco! Também é possível inovar na aplicação das barras nos códigos, fazendo com que a embalagem fique mais interativa e atrativa.

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Maia Amanda

Maia Amanda

Atualmente trabalha na Vitao Alimentos como responsável pelo setor de Design e Marketing. Mestre em Design da Informação (UFPR/2013) e formada em Design Visual (ESPM/2010). Intercambista em Lisboa e nos EUA. Em suas experiências,descobriu a paixão pelo estudo da informação e do design aplicado ao transporte público. Mobiliário Urbano, Representação de Mapas, Design Inclusivo, Daltonismo e Estudo da Cor também foram paixões descobertas. Além disso, ama fotografia, cores, viagens, design, grêmio, embalagem e música.

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