Camuflagem
Método que permite a adaptação de um organismo, apresentando características que o confundem com o meio ambiente que o cerca. Essa capacidade de adaptação é geralmente compreendida como fator importante para a sobrevivência, como por exemplo, no caso de alguns animais.
No post de hoje, a camuflagem está presente na música, dança e fotografia, não como elemento de sobrevivência, mas sim de pertinência. Aqui, os artistas se camuflam com as superfícies e estampas para pertencer ao tema e criar um espetáculo caótico com impressões “falsas” e ilusões de ótica.
Cecilia Paredes
Cecilia Paredes é uma artista performática, que usa o corpo humano e elementos da natureza, transformando-os e criando uma nova linguagem. Desde 2007, ela ornamenta o próprio corpo (com a ajuda de seus assistentes) com técnicas de pintura corporal e faz uma elaborada e perfeita reprodução do fundo estampado do papel de parede em si mesma.
Através da fotografia, a artista faz fotoperformances, como as das séries Landscape (vistas neste post), nas quais deixa pequenas pistas para que o espectador perceba a presença do seu corpo. Cecilia diz que a inspiração para as obras vem de locais onde esteve e nos quais se perdeu no tempo.
A artista nasceu em Lima no Peru, onde estudou na Art School of Catholic University, Cecilia também frequentou a Arts and Crafts School em Cambridge na Inglaterra. Hoje, ela vive e trabalha tanto na Filadélfia quanto em Lima e busca esse sentimento de pertencimento pois está sempre dividida entre os dois locais.
Grupo Corpo
A companhia de dança mostra o corpo como um infinito de possibilidades. Fundada em 1975, se destaca pela excelência na dança, pela alta qualidade de suas parcerias com autores contemporâneos (para a composição de trilhas especiais para os espetáculos, entre eles, Lenine e Arnaldo Antunes) e pela escolha extremamente cuidadosa de seus figurinos, que são um espetáculo à parte.
Eles usam o corpo como objeto de experiências estéticas e trabalham lindamente com o design de superfície em seus figurinos e na mescla dos mesmos com os elementos cenográficos.
Exemplos disso são os figurinos dos espetáculos Sem Mim (2011) e Breu (2007)
Hoje a companhia possui em seu histórico, 35 coreografias e mais de 2 mil apresentações. Ela mantém 10 balés no repertório e se apresenta em média 70 vezes por ano. Sempre vale a pena assistir!
OK GO
É uma banda de rock, de Chicago, que ficou conhecida internacionalmente por seus clipes irreverentes e criativos. O primeiro e maior sucesso é de 2005, o Here It Gores Again, no qual os membros da banda cantam enquanto fazem uma coreografia sobre esteiras ergométricas. O clipe foi todo gravado em plano sequência, e é muito divertido de assistir. A partir de então, eles começaram a produzir clipes cada vez mais elaborados e/ou malucos. Recomendo todos.
Até que um dia fizeram esse clipe aqui, para a música Do What You Want:
Nele, a banda, dançarinos e figurantes estão vestidos dos pés à cabeça (incluindo os objetos de cena) com a mesma estampa do papel de parede, que reveste a parede e o piso do cenário. Aqui também existe a construção própria de identificação com o ambiente, mas de uma forma bem divertida.
Comentários
Os comentários estão encerrados.