Gratuito para jogar

Por Gui Santos

O mercado de vídeo games está sempre tendo que se adaptar a novas contingências como novas tecnologias e novos jogadores. Com o surgimento dos smart phones e a popularização das redes sociais, um novo grupo de pessoas entrou em contato com os jogos e o mercado precisou se adaptar.

Esses novos jogadores possuem um perfil diferente, além disso, as novas plataformas não permitiam o desenvolvimento de jogos AAA (jogos de grande orçamento), logo de início. Dessa maneira, surgiram jogos free-to-play.

Temple Run teve cerca de 40 milhões de downloads no início da febre do Iphone

Temple Run teve cerca de 40 milhões de downloads no início da febre do Iphone

Esses jogos permitem que qualquer um jogue sem pagar nada. Além do custo atrativo, esses games fornecem uma experiência de jogo mais rápida e simples o que tornou mais fácil a adaptação dos novos jogadores.

Atualmente temos vários modelos de free-to-play. Existem estratégias de design criadas para aumentar o lucro do desenvolvedor que apenas estragam a experiência do jogador, mas também existem ideias inovadoras que estão dando certo.

É de graça, mas se pagar fica melhor …

Um jogo que é bem popular no momento é o Candy Crush. Ele usa um modelo de monetização bastante comum entre os free-to-play onde o jogador tem todo o conteúdo de graça, mas por certo custo pode acelerar sua evolução no game.

02

Nesse tipo de modelo é bem comum limitar o tempo de jogo por algum tipo de recurso dentro do game, como “energia” em vários jogos. Todo jogador tem uma quantidade de energia e quando acaba ele terá de esperar certo tempo ou comprar – com dinheiro real – mais energia.

Apesar de ter um aspecto exploratório bem grande, para os jogadores casuais é um método bem aceito. Esses intervalos permitem que a pessoa continue interessada no jogo. Ou então são mais atrativos para aqueles que não pretendem se dedicar tanto a um jogo como os jogadores mais experientes costumam fazer.

Um novo mercado emergindo

Apesar de ser mais comum em jogos casuais, o modelo free-to-play vem ganhando espaço entre jogos para um público mais experiente. Na Revista Game Developer de Abril, Damion Shubert diz acreditar que essa mudança aconteceu pelo surgimento de novos consumidores que já nasceram em um mundo com Itunes e Youtube, onde o entretenimento é sob demanda e, às vezes, gratuito.

Kids today grew up in a different world, finding music on YouTube and Spotify, then purchasing songs individually on iTunes (…) and now play triple-A games like League of Legends, paying as much money as they feel they can afford, which very frequently is none at all. The next generation of gamers grew up in a world where entertainment was tried for free and bought a la carte.

Damion Schubert, Bioware para a Revista Game Developer.

03

Para esses jogadores, as desenvolvedoras investiram em um modelo diferente. Todo o conteúdo do jogo é gratuito, os jogadores apenas gastam dinheiro com itens cosméticos que não influenciam no gameplay.

Em jogos como League of Legends ou World of Tanks, as pessoas podem jogar sem nunca gastar um tostão de igual para igual com os usuários que optaram por gastar alguma quantia. A experiência do jogo se mantém intacta.

Com esse tipo de modelo é de se pensar que os projetos não geram lucro. Muito pelo contrário, o League of Legends por exemplo já está presente em vários países (inclusive no Brasil com todo o conteúdo traduzido), além de anualmente organizarem competições mundiais entre os jogadores.

Ano passado o time campeão ganhou 3 milhões de dólares!

Ano passado o time campeão ganhou 3 milhões de dólares!

O modelo free-to-play permite que novos e velhos desenvolvedores explorem um novo mercado de várias maneiras. Não existe uma forma correta de ser feito, os game designers devem apenas tomar o cuidado para que a monetização do jogo não estrague a experiência dos jogadores.

Algumas referências …

Gui Santos

Gui Santos

Um quase ex-aluno do Design da UTFPR, agora vai! Leva jogos a sério demais e acha que Han Solo atirou primeiro.

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Os comentários estão encerrados.

Gratuito para jogar

Por Gui Santos

O mercado de vídeo games está sempre tendo que se adaptar a novas contingências como novas tecnologias e novos jogadores. Com o surgimento dos smart phones e a popularização das redes sociais, um novo grupo de pessoas entrou em contato com os jogos e o mercado precisou se adaptar.

Esses novos jogadores possuem um perfil diferente, além disso, as novas plataformas não permitiam o desenvolvimento de jogos AAA (jogos de grande orçamento), logo de início. Dessa maneira, surgiram jogos free-to-play.

Temple Run teve cerca de 40 milhões de downloads no início da febre do Iphone

Temple Run teve cerca de 40 milhões de downloads no início da febre do Iphone

Esses jogos permitem que qualquer um jogue sem pagar nada. Além do custo atrativo, esses games fornecem uma experiência de jogo mais rápida e simples o que tornou mais fácil a adaptação dos novos jogadores.

Atualmente temos vários modelos de free-to-play. Existem estratégias de design criadas para aumentar o lucro do desenvolvedor que apenas estragam a experiência do jogador, mas também existem ideias inovadoras que estão dando certo.

É de graça, mas se pagar fica melhor …

Um jogo que é bem popular no momento é o Candy Crush. Ele usa um modelo de monetização bastante comum entre os free-to-play onde o jogador tem todo o conteúdo de graça, mas por certo custo pode acelerar sua evolução no game.

02

Nesse tipo de modelo é bem comum limitar o tempo de jogo por algum tipo de recurso dentro do game, como “energia” em vários jogos. Todo jogador tem uma quantidade de energia e quando acaba ele terá de esperar certo tempo ou comprar – com dinheiro real – mais energia.

Apesar de ter um aspecto exploratório bem grande, para os jogadores casuais é um método bem aceito. Esses intervalos permitem que a pessoa continue interessada no jogo. Ou então são mais atrativos para aqueles que não pretendem se dedicar tanto a um jogo como os jogadores mais experientes costumam fazer.

Um novo mercado emergindo

Apesar de ser mais comum em jogos casuais, o modelo free-to-play vem ganhando espaço entre jogos para um público mais experiente. Na Revista Game Developer de Abril, Damion Shubert diz acreditar que essa mudança aconteceu pelo surgimento de novos consumidores que já nasceram em um mundo com Itunes e Youtube, onde o entretenimento é sob demanda e, às vezes, gratuito.

Kids today grew up in a different world, finding music on YouTube and Spotify, then purchasing songs individually on iTunes (…) and now play triple-A games like League of Legends, paying as much money as they feel they can afford, which very frequently is none at all. The next generation of gamers grew up in a world where entertainment was tried for free and bought a la carte.

Damion Schubert, Bioware para a Revista Game Developer.

03

Para esses jogadores, as desenvolvedoras investiram em um modelo diferente. Todo o conteúdo do jogo é gratuito, os jogadores apenas gastam dinheiro com itens cosméticos que não influenciam no gameplay.

Em jogos como League of Legends ou World of Tanks, as pessoas podem jogar sem nunca gastar um tostão de igual para igual com os usuários que optaram por gastar alguma quantia. A experiência do jogo se mantém intacta.

Com esse tipo de modelo é de se pensar que os projetos não geram lucro. Muito pelo contrário, o League of Legends por exemplo já está presente em vários países (inclusive no Brasil com todo o conteúdo traduzido), além de anualmente organizarem competições mundiais entre os jogadores.

Ano passado o time campeão ganhou 3 milhões de dólares!

Ano passado o time campeão ganhou 3 milhões de dólares!

O modelo free-to-play permite que novos e velhos desenvolvedores explorem um novo mercado de várias maneiras. Não existe uma forma correta de ser feito, os game designers devem apenas tomar o cuidado para que a monetização do jogo não estrague a experiência dos jogadores.

Algumas referências …

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Um quase ex-aluno do Design da UTFPR, agora vai! Leva jogos a sério demais e acha que Han Solo atirou primeiro.

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