Video Games em prol das revoluções sociais

Por Gui Santos

A princípio esta coluna seria sobre os resultados da E3 que ocorreu na semana passada, mas os fatos que aconteceram no Brasil esta semana se tornaram mais importantes. Além disso, a última coluna do Rob Batista foi muito boa, leia!

Por esse motivo, decidi escrever um pouco (e quase às pressas), o posicionamento dos video games quanto às mudanças sociais. Infelizmente, são pouquíssimos exemplos que parecem transmitir alguma mensagem sobre o que realmente está acontecendo no mundo, mas tentarei apontar alguns deles.

Jogos Sérios

A utilização mais comum de um jogo para iniciar uma discussão sobre problemas sociais é na forma dos Serious Games. Eles são, normalmente, produzidos por jornais ou ONG’s para facilitar o entendimento da população sobre determinado assunto.

Um desses jogos que teve grande repercussão foi o Spent. O jogo foi criado por McKinney com o intuito de conscientizar a população estadounidense sobre a situação dos desempregados nos Estado Unidos pós-crise.

01

As complexidades dos governos ficam muito evidentes nesse jogo. Um exemplo é de que não é possível intervir diretamente nas causas. Caso exista um problema de saúde no país, o jogador só pode tomar medidas que influenciam esse problema e mesmo assim pode levar bastante tempo até que os resultados sejam aparentes. Além disso, alguns grupos da população vão gostar dessas medidas e outros grupos não.

Outro jogo que aborda a política (mas ainda está em desenvolvimento) é o Neocolonialism. Novamente, o jogador interpreta uma liderança internacional, mas dessa vez com o objetivo de explorar ao máximo o planeta e os países emergentes.

Em Neocolonialism, o jogador usa todos os meios que já conhecemos para conseguir seu objetivo: exploração da classe trabalhadora; manipulação do FMI; exploração de países mais pobres etc. Segundo o desenvolvedor, esse jogo foi criado pensando na Teoria da Dependência que explica como o mundo está dívidido entre aqueles que exploram e aqueles que são explorados.

Acredito que assim como o cinema, os quadrinhos e a literatura, os jogos são um excelente veículo de expressão e poderiam ser mais usados nesse sentido. Diferente de outras mídias, o jogo tem a interação e a imersão como principal característica. Através dos jogos é possível fazer com que o público viva experiências que nem imagina serem reais e talvez, a partir disso, lutar por alguma mudança.

Menção honrosa!

Ainda em desenvolvimento e sem data prevista para ser lançado, RIOT é um jogo sobre o confronto entre manifestantes e policiais (bem o caso que estamos vendo nos últimos dias). Pelo jogo ainda estar em uma fase incial de desenvolvimento ainda não podemos definir muito bem como ele será, mas à princípio o jogo irá focar na manifestação em si e o jogador poderá jogar tanto como manifestante quanto como policial.

Gui Santos

Gui Santos

Um quase ex-aluno do Design da UTFPR, agora vai! Leva jogos a sério demais e acha que Han Solo atirou primeiro.

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Video Games em prol das revoluções sociais

Por Gui Santos

A princípio esta coluna seria sobre os resultados da E3 que ocorreu na semana passada, mas os fatos que aconteceram no Brasil esta semana se tornaram mais importantes. Além disso, a última coluna do Rob Batista foi muito boa, leia!

Por esse motivo, decidi escrever um pouco (e quase às pressas), o posicionamento dos video games quanto às mudanças sociais. Infelizmente, são pouquíssimos exemplos que parecem transmitir alguma mensagem sobre o que realmente está acontecendo no mundo, mas tentarei apontar alguns deles.

Jogos Sérios

A utilização mais comum de um jogo para iniciar uma discussão sobre problemas sociais é na forma dos Serious Games. Eles são, normalmente, produzidos por jornais ou ONG’s para facilitar o entendimento da população sobre determinado assunto.

Um desses jogos que teve grande repercussão foi o Spent. O jogo foi criado por McKinney com o intuito de conscientizar a população estadounidense sobre a situação dos desempregados nos Estado Unidos pós-crise.

01

As complexidades dos governos ficam muito evidentes nesse jogo. Um exemplo é de que não é possível intervir diretamente nas causas. Caso exista um problema de saúde no país, o jogador só pode tomar medidas que influenciam esse problema e mesmo assim pode levar bastante tempo até que os resultados sejam aparentes. Além disso, alguns grupos da população vão gostar dessas medidas e outros grupos não.

Outro jogo que aborda a política (mas ainda está em desenvolvimento) é o Neocolonialism. Novamente, o jogador interpreta uma liderança internacional, mas dessa vez com o objetivo de explorar ao máximo o planeta e os países emergentes.

Em Neocolonialism, o jogador usa todos os meios que já conhecemos para conseguir seu objetivo: exploração da classe trabalhadora; manipulação do FMI; exploração de países mais pobres etc. Segundo o desenvolvedor, esse jogo foi criado pensando na Teoria da Dependência que explica como o mundo está dívidido entre aqueles que exploram e aqueles que são explorados.

Acredito que assim como o cinema, os quadrinhos e a literatura, os jogos são um excelente veículo de expressão e poderiam ser mais usados nesse sentido. Diferente de outras mídias, o jogo tem a interação e a imersão como principal característica. Através dos jogos é possível fazer com que o público viva experiências que nem imagina serem reais e talvez, a partir disso, lutar por alguma mudança.

Menção honrosa!

Ainda em desenvolvimento e sem data prevista para ser lançado, RIOT é um jogo sobre o confronto entre manifestantes e policiais (bem o caso que estamos vendo nos últimos dias). Pelo jogo ainda estar em uma fase incial de desenvolvimento ainda não podemos definir muito bem como ele será, mas à princípio o jogo irá focar na manifestação em si e o jogador poderá jogar tanto como manifestante quanto como policial.

Gui Santos

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Um quase ex-aluno do Design da UTFPR, agora vai! Leva jogos a sério demais e acha que Han Solo atirou primeiro.

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