De rua

Por Eduardo Dario

Algures Freak

A arte de maneira geral, não pode ficar reclusa a espaços específicos. A manifestação da cultura de um povo deve estar em meio ao público, nos ambientes comuns, para ser vista como parte de uma sociedade. Nas ruas a arte ou qualquer outra produção intelectual, toma vida e ganha sentido através das pessoas.

A rua sempre foi tida como um lugar aberto, público e livre, onde todos podem ir e vir. A etimologia da palavra ‘arruaça’, remete claramente ao caos, a desordem e a grande circulação de pessoas que é atribuída a esses espaços desde os tempos da colônia. Na ditadura, a rua foi o campo de guerra para verdadeiras batalhas urbanas entre os grupos revolúcionários e as forças armadas governamentais. Já nos anos 80, a rua servia de passarela para os desfiles de manifestação da liberdade, da paz e da cor.

Atualmente a rua vem retomando sua importância como espaço de vivência e se faz palco para diversas atividades de expressão cultural, arte e exposição da identidade de um povo.
A globalização, no sentido prático da palavra, trouxe para os cidadãos uma grande influência externa sobre seus modos de vida, alterando e diversificando a forma como o indivíduo de um grupo social vive. Falar que sou brasileiro, hoje, diz muito mais sobre o espaço geográfico que ocupo do que sobre o formato cultural ou modo de vida que levo.

A rua se faz um lugar importante e presente na construção dos elementos culturais da nova geração. Uma das manifestações artísticas mais presentes nas ruas é o grafite, essa arte utiliza a rua como espaço de referênciação, criação, execução e exibição. Ao contrário da arte ‘privada’ que nasce nas galerias e depois se popularizam ganhando as ruas, o grafite nasce nas ruas e conquista o público, adquirindo fama e só então indo parar nas galerias a preço de ouro. Artistas como a dupla brasileira, Os Gêmeos, tem grande notoriedade internacional pela qualidade técnica e refinamento conceitual e artístico de suas obras. Sua arte pode ser vista em diversas ruas e espaços públicos mundo afora.

Os Gêmeos - São Paulo

Os Gêmeos – São Paulo

Os Gêmeos - Boston

Os Gêmeos – Boston

Os Gêmeos - Polônia

Os Gêmeos – Polônia

Outras manifestações artísticas, como o teatro, as performances e as intervenções, usam a rua como uma ferramenta de popularizar a arte e atingir os cidadãos de maneira instantânea, levantando indagações e conceituando o modo de vida do povo.

Em 2010, em São Paulo, aconteceu a primeira edição da Video Guerrilha, uma exposição a céu aberto que pretende expandir o cenário das artes e promover a arte no cotidiano das pessoas e cidades. Situada na Rua Augusta, a intervenção traz uma série de video-artes de mais de 100 artistas projetadas durante a noite nas fachadas dos prédios.

Video Guerrilha - São Paulo

Video Guerrilha – São Paulo

Os espaços públicos trazem uma democracia de expressão, cada vez mais presente no desenvolvimento dos novos formatos sociais. Unir arte, design ou arquitetura com conceitos para defender causas, e sobretudo, introduzí-los nos espaços urbanos comuns, faz com que as pessoas que moram, trabalham e vivem no local alterado, pensem e se interessem pela atividade que altera suas paisagens.

Um grupo de designers americanos, em 2005, criou o Park(ing) Day, um evento que transforma vagas de estacionamento em criativos espaços de lazer. A intenção é refletir sobre como as ruas são usadas e sobre a quantidade de espaço destinado a vagas de estacionamento que poderiam ser melhor aproveitados pela população.

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

O evento ganhou participantes em diversas cidades do mundo, e trouxe em discussão diversos temas, como ecologia e busca de valores sociais no design, mas principalmente sobre como atitudes simples e inovadoras impactam no cotidiano das pessoas.

Desde a metrópole até o vilarejo, é na rua onde as situações acontecem, as pessoas se encontram e a cidade se move. Os espaços públicos, quando tomados pelos seus donos, o povo, na execução de atividades artísticas e socias, passam de um local ocioso e comum, para um agente que levanta indagações aos muitos que passam por ele diariamente. Desligue-se do transito caótico ou da correria atual e preste atenção nas manifestações presentes na rua por onde passa. A rua é minha, sua e da arte, porque não?

Eduardo Dario

Eduardo Dario

Paranaense, 18 anos. Estudante de Design Gráfico da UTFPR e amante de todas as formas de arte. Produtor de conteúdo do Algures 8, irá escrever mensalmente sobre temas relacionados ao evento.

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Por Eduardo Dario

Algures Freak

A arte de maneira geral, não pode ficar reclusa a espaços específicos. A manifestação da cultura de um povo deve estar em meio ao público, nos ambientes comuns, para ser vista como parte de uma sociedade. Nas ruas a arte ou qualquer outra produção intelectual, toma vida e ganha sentido através das pessoas.

A rua sempre foi tida como um lugar aberto, público e livre, onde todos podem ir e vir. A etimologia da palavra ‘arruaça’, remete claramente ao caos, a desordem e a grande circulação de pessoas que é atribuída a esses espaços desde os tempos da colônia. Na ditadura, a rua foi o campo de guerra para verdadeiras batalhas urbanas entre os grupos revolúcionários e as forças armadas governamentais. Já nos anos 80, a rua servia de passarela para os desfiles de manifestação da liberdade, da paz e da cor.

Atualmente a rua vem retomando sua importância como espaço de vivência e se faz palco para diversas atividades de expressão cultural, arte e exposição da identidade de um povo.
A globalização, no sentido prático da palavra, trouxe para os cidadãos uma grande influência externa sobre seus modos de vida, alterando e diversificando a forma como o indivíduo de um grupo social vive. Falar que sou brasileiro, hoje, diz muito mais sobre o espaço geográfico que ocupo do que sobre o formato cultural ou modo de vida que levo.

A rua se faz um lugar importante e presente na construção dos elementos culturais da nova geração. Uma das manifestações artísticas mais presentes nas ruas é o grafite, essa arte utiliza a rua como espaço de referênciação, criação, execução e exibição. Ao contrário da arte ‘privada’ que nasce nas galerias e depois se popularizam ganhando as ruas, o grafite nasce nas ruas e conquista o público, adquirindo fama e só então indo parar nas galerias a preço de ouro. Artistas como a dupla brasileira, Os Gêmeos, tem grande notoriedade internacional pela qualidade técnica e refinamento conceitual e artístico de suas obras. Sua arte pode ser vista em diversas ruas e espaços públicos mundo afora.

Os Gêmeos - São Paulo

Os Gêmeos – São Paulo

Os Gêmeos - Boston

Os Gêmeos – Boston

Os Gêmeos - Polônia

Os Gêmeos – Polônia

Outras manifestações artísticas, como o teatro, as performances e as intervenções, usam a rua como uma ferramenta de popularizar a arte e atingir os cidadãos de maneira instantânea, levantando indagações e conceituando o modo de vida do povo.

Em 2010, em São Paulo, aconteceu a primeira edição da Video Guerrilha, uma exposição a céu aberto que pretende expandir o cenário das artes e promover a arte no cotidiano das pessoas e cidades. Situada na Rua Augusta, a intervenção traz uma série de video-artes de mais de 100 artistas projetadas durante a noite nas fachadas dos prédios.

Video Guerrilha - São Paulo

Video Guerrilha – São Paulo

Os espaços públicos trazem uma democracia de expressão, cada vez mais presente no desenvolvimento dos novos formatos sociais. Unir arte, design ou arquitetura com conceitos para defender causas, e sobretudo, introduzí-los nos espaços urbanos comuns, faz com que as pessoas que moram, trabalham e vivem no local alterado, pensem e se interessem pela atividade que altera suas paisagens.

Um grupo de designers americanos, em 2005, criou o Park(ing) Day, um evento que transforma vagas de estacionamento em criativos espaços de lazer. A intenção é refletir sobre como as ruas são usadas e sobre a quantidade de espaço destinado a vagas de estacionamento que poderiam ser melhor aproveitados pela população.

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

Park(ing) Day

O evento ganhou participantes em diversas cidades do mundo, e trouxe em discussão diversos temas, como ecologia e busca de valores sociais no design, mas principalmente sobre como atitudes simples e inovadoras impactam no cotidiano das pessoas.

Desde a metrópole até o vilarejo, é na rua onde as situações acontecem, as pessoas se encontram e a cidade se move. Os espaços públicos, quando tomados pelos seus donos, o povo, na execução de atividades artísticas e socias, passam de um local ocioso e comum, para um agente que levanta indagações aos muitos que passam por ele diariamente. Desligue-se do transito caótico ou da correria atual e preste atenção nas manifestações presentes na rua por onde passa. A rua é minha, sua e da arte, porque não?

Eduardo Dario

Eduardo Dario

Paranaense, 18 anos. Estudante de Design Gráfico da UTFPR e amante de todas as formas de arte. Produtor de conteúdo do Algures 8, irá escrever mensalmente sobre temas relacionados ao evento.

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