O Design e o Daltonismo: Qual a relação?

Por Maia Amanda

A visão é considerada a principal fonte de recebimento de mensagens, totalizando 80% das informações que captamos diariamente. 40% dessas informações visuais são transmitidas através da cor. Estes dados comprovam o grande impacto que a cor exerce na comunicação e na vida das pessoas. As cores são elementos experienciais e estimulantes, que chamam a atenção e diminuem o tempo de reação das mensagens. É uma linguagem individual que pode ser transmitida, ensinada e interpretada de acordo com a bagagem cultural de cada um.

O papel do design é explorar este elemento, transmitindo sensações como a de impressionar, de expressar e construir. A cor é um elemento importante na comunicação de ideias, provoca emoção e constrói linguagem própria. Marcas no mundo inteiro utilizam cor, embalagens de diversos tipos de produtos utilizam cor, flyers utilizam cor, cartões utilizam cor, sites utilizam cor. Do vermelho Coca-Cola ao azul Tiffany’s. Do amarelo vibrante do MC Donald’s ao imponente laranja da Orange. O azul Facebook. O verde Heineken. A cor está por todos os lugares.

As cores das marcas

A identificação das cores é ESSENCIAL para a realização de atividades diárias e até mesmo para exercer a profissão. Desde crianças necessitamos das cores para a aprendizagem e também para a diversão.

Exemplos da Influência da Cor na Infância

Sem poder perceber as cores, as pessoas podem se perder em espaços e ter dificuldades para comprar uma roupa e até mesmo assistir o jogo de futebol (dependendo das cores do uniforme do seu time!). Já imaginou?  Existem pessoas que não podem dirigir, outras não podem mexer com fiação e outras tampouco podem pilotar aviões por não conseguirem distinguir certas cores. Agora me diga: Você tomaria uma Coca-Cola verde? Comeria num Mac Donald’s azul? Duvido!

Você já imaginou não poder ver um arco-íris? Ou não conseguir identificar as cores do semáforo? E ver que as pessoas lhe olham estranhamente devido à sua péssima combinação de roupas? Pois é! Existe um nome para essa dificuldade que impede as pessoas de visualizarem as cores. É uma deficiência hereditária, mas pode ser adquirida ao longo dos anos através da ingestão de remédios específicos ou acidentes. O nome dela é Daltonismo.

Equivoca-se quem pensa que o Daltonismo é apenas a visualização alterada do vermelho e do verde. Esta deficiência pode prejudicar não apenas estas cores, como todas as outras 30.000 cores que visualizamos, inclusive nos deixar cego, percebendo apenas preto e branco. Existe a protanopia que dificulta a visualização do vermelho, a deuteranopia que prejudica a percepção do verde e a tritanopia, que pode alterar a visualização do azul. Agora uma curiosidade: Você sabia que os daltônicos do tipo protano veem o Papai Noel marrom ao invés de vermelho?

As próximas imagens foram tiradas com intuito de ilustrar os três principais tipos de daltonismo. Elas foram capturadas com o software gratuito para Smartphone chamado CVSimulation. A legenda que se encontra no canto superior de cada figura significa: C – Visão Comum, P – Protanopia, D – Deuteranopia e T – Tritanopia.

As diferentes visualizações daltônicas

No âmbito do Design, cada vez mais surgem novos projetos para o uso do indivíduo portador de necessidades especiais, como por exemplo, sinalização em braile em hospitais, rampas acessíveis para cadeirantes em lojas e bares e avisos sonoros dentro dos ônibus para os cegos. No entanto, poucas são as iniciativas que buscam a qualidade de vida do usuário daltônico.

Algumas pesquisas foram encontradas e compartilho elas com vocês. Cíntia Brewer criou o Colorbrewer, um sistema de criação de mapas digitais para daltônicos. Este projeto pode ser utilizado também para adaptar em páginas de web, onde os usuários daltônicos podem modificar as cores escolhendo a mais confortável para sua visualização. Outro exemplo é o do português Miguel Neiva que criou códigos monocromáticos com base na teoria da composição de cores. Estes códigos passaram a ser adaptados em diversos meios em Portugal, dentre eles, vestuário, metrôs e lápis de cor.

Código de cores para daltônicos

 

Maia Amanda

Maia Amanda

Atualmente trabalha na Vitao Alimentos como responsável pelo setor de Design e Marketing. Mestre em Design da Informação (UFPR/2013) e formada em Design Visual (ESPM/2010). Intercambista em Lisboa e nos EUA. Em suas experiências,descobriu a paixão pelo estudo da informação e do design aplicado ao transporte público. Mobiliário Urbano, Representação de Mapas, Design Inclusivo, Daltonismo e Estudo da Cor também foram paixões descobertas. Além disso, ama fotografia, cores, viagens, design, grêmio, embalagem e música.

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A visão é considerada a principal fonte de recebimento de mensagens, totalizando 80% das informações que captamos diariamente. 40% dessas informações visuais são transmitidas através da cor. Estes dados comprovam o grande impacto que a cor exerce na comunicação e na vida das pessoas. As cores são elementos experienciais e estimulantes, que chamam a atenção e diminuem o tempo de reação das mensagens. É uma linguagem individual que pode ser transmitida, ensinada e interpretada de acordo com a bagagem cultural de cada um.

O papel do design é explorar este elemento, transmitindo sensações como a de impressionar, de expressar e construir. A cor é um elemento importante na comunicação de ideias, provoca emoção e constrói linguagem própria. Marcas no mundo inteiro utilizam cor, embalagens de diversos tipos de produtos utilizam cor, flyers utilizam cor, cartões utilizam cor, sites utilizam cor. Do vermelho Coca-Cola ao azul Tiffany’s. Do amarelo vibrante do MC Donald’s ao imponente laranja da Orange. O azul Facebook. O verde Heineken. A cor está por todos os lugares.

As cores das marcas

A identificação das cores é ESSENCIAL para a realização de atividades diárias e até mesmo para exercer a profissão. Desde crianças necessitamos das cores para a aprendizagem e também para a diversão.

Exemplos da Influência da Cor na Infância

Sem poder perceber as cores, as pessoas podem se perder em espaços e ter dificuldades para comprar uma roupa e até mesmo assistir o jogo de futebol (dependendo das cores do uniforme do seu time!). Já imaginou?  Existem pessoas que não podem dirigir, outras não podem mexer com fiação e outras tampouco podem pilotar aviões por não conseguirem distinguir certas cores. Agora me diga: Você tomaria uma Coca-Cola verde? Comeria num Mac Donald’s azul? Duvido!

Você já imaginou não poder ver um arco-íris? Ou não conseguir identificar as cores do semáforo? E ver que as pessoas lhe olham estranhamente devido à sua péssima combinação de roupas? Pois é! Existe um nome para essa dificuldade que impede as pessoas de visualizarem as cores. É uma deficiência hereditária, mas pode ser adquirida ao longo dos anos através da ingestão de remédios específicos ou acidentes. O nome dela é Daltonismo.

Equivoca-se quem pensa que o Daltonismo é apenas a visualização alterada do vermelho e do verde. Esta deficiência pode prejudicar não apenas estas cores, como todas as outras 30.000 cores que visualizamos, inclusive nos deixar cego, percebendo apenas preto e branco. Existe a protanopia que dificulta a visualização do vermelho, a deuteranopia que prejudica a percepção do verde e a tritanopia, que pode alterar a visualização do azul. Agora uma curiosidade: Você sabia que os daltônicos do tipo protano veem o Papai Noel marrom ao invés de vermelho?

As próximas imagens foram tiradas com intuito de ilustrar os três principais tipos de daltonismo. Elas foram capturadas com o software gratuito para Smartphone chamado CVSimulation. A legenda que se encontra no canto superior de cada figura significa: C – Visão Comum, P – Protanopia, D – Deuteranopia e T – Tritanopia.

As diferentes visualizações daltônicas

No âmbito do Design, cada vez mais surgem novos projetos para o uso do indivíduo portador de necessidades especiais, como por exemplo, sinalização em braile em hospitais, rampas acessíveis para cadeirantes em lojas e bares e avisos sonoros dentro dos ônibus para os cegos. No entanto, poucas são as iniciativas que buscam a qualidade de vida do usuário daltônico.

Algumas pesquisas foram encontradas e compartilho elas com vocês. Cíntia Brewer criou o Colorbrewer, um sistema de criação de mapas digitais para daltônicos. Este projeto pode ser utilizado também para adaptar em páginas de web, onde os usuários daltônicos podem modificar as cores escolhendo a mais confortável para sua visualização. Outro exemplo é o do português Miguel Neiva que criou códigos monocromáticos com base na teoria da composição de cores. Estes códigos passaram a ser adaptados em diversos meios em Portugal, dentre eles, vestuário, metrôs e lápis de cor.

Código de cores para daltônicos

 

Maia Amanda

Maia Amanda

Atualmente trabalha na Vitao Alimentos como responsável pelo setor de Design e Marketing. Mestre em Design da Informação (UFPR/2013) e formada em Design Visual (ESPM/2010). Intercambista em Lisboa e nos EUA. Em suas experiências,descobriu a paixão pelo estudo da informação e do design aplicado ao transporte público. Mobiliário Urbano, Representação de Mapas, Design Inclusivo, Daltonismo e Estudo da Cor também foram paixões descobertas. Além disso, ama fotografia, cores, viagens, design, grêmio, embalagem e música.

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