A moda de Elsa Schiaparelli

Por Vanessa Gabardo

Pra quem curte moda, mais especificamente história da moda, o nome da estilista italiana Elsa Schiaparelli deve ser sempre lembrado como referência de uma vertente essencial da moda, a moda conceitual.

Com idéias inovadoras e visão aguçada em relação à época, Elsa foi pioneira no segmento, pois agregou elementos do Manifesto surrealista (1924) à suas criações, além de ser primeira estilista a construir uma coleção temática.

Em meados da década de 1930, Elsa, em conjunto com alguns artistas como Christian Bérard, Jean Cocteau realizou alguns trabalhos importantes, mas foi em parceria com Salvador Dalí, que ela criou alguns dos modelos mais famosos de sua carreira.

Dentre estes, o chapéu-sapato (1936) é um dos mais conhecidos, um chapéu feito com um escarpim de veludo, totalmente preto ou com rosa-choque, colocado de forma invertida na cabeça. Uma das inspirações deste trabalho é uma foto famosa de Dalí equilibrando um sapato na cabeça.

Chapéu Sapato (1936)

As obras “Vênus de Milo com gavetas” (1936) e “ Gabinete antropomórfico” (1936) de Dalí foram inspiração para o “Conjunto-Escrivaninha” (1937) de Schiaparelli.

Vênus de Milo com gavetas, Gabinete antropomórfico e Conjunto-Escrivaninha

Já o Vestido Lagosta (1937) teve influência de obras em que Dalí incluía lagostas como a Telefone Lagosta (1936).

Vestido Lagosta, Salvador Dali, Telefone Lagosta

Elsa foi inovadora também no uso do zíper, que apesar de ter sido criado muito antes de seus trabalhos, ela foi a primeira que os usou em evidência, sem os restringir a roupas de baixo.

Entre histórias que são contadas sobre Elsa existe a de que sua maior rival era a famosa estlista Coco Chanel, que priorizava a simplicidade e discrição, e já Elsa, trabalhava com cores vibrantes, adereços nada discretos e peças chamativas.  Dizia-se que quando Chanel se referia à Schiaparelli, ela a chamava de “aquela artista italiana que fazia roupas”.

Elsa é sem dúvidas uma inspiração, não só pela genialidade de suas criações mais também pelo espírito visionário e experimental que a fizeram uma das maiores estilistas do século. Muitas vezes, não tão lembrada como sua “rival” Chanel, mas com mesma grandiosidade e talento.

Vanessa Gabardo

Vanessa Gabardo

Estudante de Design na UTFPR, apaixonada por design e principalmente moda. Tem pretensões de se capacitar cada vez mais nas áreas de formação para contribuir com o crescimento destas de alguma forma. Seja por trabalhos, por levantamentos de discussão, etc..

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Por Vanessa Gabardo

Pra quem curte moda, mais especificamente história da moda, o nome da estilista italiana Elsa Schiaparelli deve ser sempre lembrado como referência de uma vertente essencial da moda, a moda conceitual.

Com idéias inovadoras e visão aguçada em relação à época, Elsa foi pioneira no segmento, pois agregou elementos do Manifesto surrealista (1924) à suas criações, além de ser primeira estilista a construir uma coleção temática.

Em meados da década de 1930, Elsa, em conjunto com alguns artistas como Christian Bérard, Jean Cocteau realizou alguns trabalhos importantes, mas foi em parceria com Salvador Dalí, que ela criou alguns dos modelos mais famosos de sua carreira.

Dentre estes, o chapéu-sapato (1936) é um dos mais conhecidos, um chapéu feito com um escarpim de veludo, totalmente preto ou com rosa-choque, colocado de forma invertida na cabeça. Uma das inspirações deste trabalho é uma foto famosa de Dalí equilibrando um sapato na cabeça.

Chapéu Sapato (1936)

As obras “Vênus de Milo com gavetas” (1936) e “ Gabinete antropomórfico” (1936) de Dalí foram inspiração para o “Conjunto-Escrivaninha” (1937) de Schiaparelli.

Vênus de Milo com gavetas, Gabinete antropomórfico e Conjunto-Escrivaninha

Já o Vestido Lagosta (1937) teve influência de obras em que Dalí incluía lagostas como a Telefone Lagosta (1936).

Vestido Lagosta, Salvador Dali, Telefone Lagosta

Elsa foi inovadora também no uso do zíper, que apesar de ter sido criado muito antes de seus trabalhos, ela foi a primeira que os usou em evidência, sem os restringir a roupas de baixo.

Entre histórias que são contadas sobre Elsa existe a de que sua maior rival era a famosa estlista Coco Chanel, que priorizava a simplicidade e discrição, e já Elsa, trabalhava com cores vibrantes, adereços nada discretos e peças chamativas.  Dizia-se que quando Chanel se referia à Schiaparelli, ela a chamava de “aquela artista italiana que fazia roupas”.

Elsa é sem dúvidas uma inspiração, não só pela genialidade de suas criações mais também pelo espírito visionário e experimental que a fizeram uma das maiores estilistas do século. Muitas vezes, não tão lembrada como sua “rival” Chanel, mas com mesma grandiosidade e talento.

Vanessa Gabardo

Vanessa Gabardo

Estudante de Design na UTFPR, apaixonada por design e principalmente moda. Tem pretensões de se capacitar cada vez mais nas áreas de formação para contribuir com o crescimento destas de alguma forma. Seja por trabalhos, por levantamentos de discussão, etc..

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