O luxo do cinema: as jóias e a moda

Por Sandro Schmitz

Ao escolher sobre qual tema falar nesta semana, não havia qualquer dúvida sobre o mesmo. Deveria ser um assunto que homenageasse as mulheres. Dessa forma, optei por falar de dois tópicos nem sempre abordados: as jóias e a moda na sétima arte.

Jóias

Comecemos pelas jóias, ou melhor por uma jóia em específico: “Coração do Oceano”. Essa jóia é a pedra-chave de toda história do filme “Titanic”, sendo o único enfeite utilizado por Rose para ser retratada por seu parceiro Jack, no filme. Apesar de ser mencionado no roteiro que o mesmo é um diamante histórico, o “Coração do Oceano” jamais existiu e, sequer, é um diamante, mas sim uma zircônia cúbica azul afixada a uma armação de ouro branco. A peça utilizada no filme, que existe e cujo valor, à época, era de US$ 10 mil dólares dos Estados Unidos da América, se encontra hoje no acervo da Fox, sendo que podemos ver abaixo a peça utilizada no filme.

Coração do Oceano

Outro personagem que usa e abusa das jóias no cinema, inclusive tendo uma de suas fotografias mais conhecidas com várias delas, é Holly Golightly, do filme “Bonequinha de Luxo” (“Breakfast at Tiffany’s”) interpretada pela excelente Audrey Hepburn. Uma das razões pela qual esse filme é mais lembrado, é justamente pelo fato que provoca uma verdadeira revolução nos costumes da época, visto que a protagonista é uma acompanhante de luxo, e, além disso, altera todos os padrões de figurino utilizados à época, como pode ser visto nas imagens abaixo do filme. Padrões bastante ousados para época, e, especialmente para a protagonista.

Bonequinha de Luxo

Uma curiosidade desse filme é o fato de que atriz originalmente imaginada para o papel fora Marilyn Monroe, contudo o agente da atriz sugeriu que a mesma não aceitasse pelo fato de o personagem ser uma prostituta. Porém é impossível não citar Marilyn nesse ensaio, principalmente com esse tema. Ela, mais que qualquer pessoa, compreendeu a relação das mulheres com as jóias e os vestidos no mundo, sendo que no filme “Os homens preferem as loiras” (“Gentlemen Prefer Blondes”), de 1953, interpreta um número inesquecível que foi reproduzido pelas mais diversas artistas no mundo, nos mais diversos momentos de suas carreiras, dentre elas Madonna, Kylie Minogue, dentre outras. Esse número, “Diamonds are Girls Best Friend” , tendo se tornado um dos temas de referência da atriz em sua biografia, e,  pode ser assistido a seguir.

Moda

A pauta moda jamais saiu das telas do cinema. E é impossível deixar de falar nisso, até porque um dos elementos mais importantes da construção cênica está justamente no figurino. Contudo poucos filmes retratam tão bem o mundo da moda, e possuem personagens tão marcantes quanto “O Diabo Veste Prada” (“The Devil Wears Prada”). Impossível não se divertir com um personagem como Miranda Priestly, brilhantemente interpretado por Meryl Streep, com sua rigidez espartana, exigindo o máximo da novata e, até ingênua, Andy Sachs interpretada por Anne Hathaway. É impressionante a forma que o filme trabalha o elemento das relações pessoais/profissionais da indústria da moda, trabalhando muito bem a questão da Fogueira das Vaidades.

Pôster Oficial do filme

 

Conclusão

Poucas áreas da cinematografia possuem tanta vinculação com o design quanto o figurino (“costume designer”), isso porque, é um dos pontos mais sensíveis na pré-produção de um filme, tendo em vista que a escolha do figurino (as roupas dos personagens) é fundamental para a construção do elemento cênico. Em alguns casos, como no citado “Titanic”, a jóia “Coração do Oceano”, é determinante para toda história, portanto seu design irá delinear todo rumo do enredo a ser desenvolvido.

E encerrando bem, deixo o clipe “Vogue” da Madonna, que já atuou em diversos filmes e musicais. Entretanto a escolha desse vídeo se dá por duas razões: a primeira, na letra dessa canção ela cita o nome de diversos artistas do cinema, homens e mulheres, além de ícones da moda. E a segunda razão, é a primeira canção da trilha sonora do filme “O Diabo Veste Prada”, portanto, a trilha ideal para encerrar essa coluna. E por fim, um Feliz Dia das Mulheres a todas as leitoras.

Sandro Schmitz

Sandro Schmitz

Ator, Diretor e Produtor Executivo de Teatro no RS. Analista e Consultor Internacional. Sócio-Diretor da Dealers Negócios Internacionais.

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Por Sandro Schmitz

Ao escolher sobre qual tema falar nesta semana, não havia qualquer dúvida sobre o mesmo. Deveria ser um assunto que homenageasse as mulheres. Dessa forma, optei por falar de dois tópicos nem sempre abordados: as jóias e a moda na sétima arte.

Jóias

Comecemos pelas jóias, ou melhor por uma jóia em específico: “Coração do Oceano”. Essa jóia é a pedra-chave de toda história do filme “Titanic”, sendo o único enfeite utilizado por Rose para ser retratada por seu parceiro Jack, no filme. Apesar de ser mencionado no roteiro que o mesmo é um diamante histórico, o “Coração do Oceano” jamais existiu e, sequer, é um diamante, mas sim uma zircônia cúbica azul afixada a uma armação de ouro branco. A peça utilizada no filme, que existe e cujo valor, à época, era de US$ 10 mil dólares dos Estados Unidos da América, se encontra hoje no acervo da Fox, sendo que podemos ver abaixo a peça utilizada no filme.

Coração do Oceano

Outro personagem que usa e abusa das jóias no cinema, inclusive tendo uma de suas fotografias mais conhecidas com várias delas, é Holly Golightly, do filme “Bonequinha de Luxo” (“Breakfast at Tiffany’s”) interpretada pela excelente Audrey Hepburn. Uma das razões pela qual esse filme é mais lembrado, é justamente pelo fato que provoca uma verdadeira revolução nos costumes da época, visto que a protagonista é uma acompanhante de luxo, e, além disso, altera todos os padrões de figurino utilizados à época, como pode ser visto nas imagens abaixo do filme. Padrões bastante ousados para época, e, especialmente para a protagonista.

Bonequinha de Luxo

Uma curiosidade desse filme é o fato de que atriz originalmente imaginada para o papel fora Marilyn Monroe, contudo o agente da atriz sugeriu que a mesma não aceitasse pelo fato de o personagem ser uma prostituta. Porém é impossível não citar Marilyn nesse ensaio, principalmente com esse tema. Ela, mais que qualquer pessoa, compreendeu a relação das mulheres com as jóias e os vestidos no mundo, sendo que no filme “Os homens preferem as loiras” (“Gentlemen Prefer Blondes”), de 1953, interpreta um número inesquecível que foi reproduzido pelas mais diversas artistas no mundo, nos mais diversos momentos de suas carreiras, dentre elas Madonna, Kylie Minogue, dentre outras. Esse número, “Diamonds are Girls Best Friend” , tendo se tornado um dos temas de referência da atriz em sua biografia, e,  pode ser assistido a seguir.

Moda

A pauta moda jamais saiu das telas do cinema. E é impossível deixar de falar nisso, até porque um dos elementos mais importantes da construção cênica está justamente no figurino. Contudo poucos filmes retratam tão bem o mundo da moda, e possuem personagens tão marcantes quanto “O Diabo Veste Prada” (“The Devil Wears Prada”). Impossível não se divertir com um personagem como Miranda Priestly, brilhantemente interpretado por Meryl Streep, com sua rigidez espartana, exigindo o máximo da novata e, até ingênua, Andy Sachs interpretada por Anne Hathaway. É impressionante a forma que o filme trabalha o elemento das relações pessoais/profissionais da indústria da moda, trabalhando muito bem a questão da Fogueira das Vaidades.

Pôster Oficial do filme

 

Conclusão

Poucas áreas da cinematografia possuem tanta vinculação com o design quanto o figurino (“costume designer”), isso porque, é um dos pontos mais sensíveis na pré-produção de um filme, tendo em vista que a escolha do figurino (as roupas dos personagens) é fundamental para a construção do elemento cênico. Em alguns casos, como no citado “Titanic”, a jóia “Coração do Oceano”, é determinante para toda história, portanto seu design irá delinear todo rumo do enredo a ser desenvolvido.

E encerrando bem, deixo o clipe “Vogue” da Madonna, que já atuou em diversos filmes e musicais. Entretanto a escolha desse vídeo se dá por duas razões: a primeira, na letra dessa canção ela cita o nome de diversos artistas do cinema, homens e mulheres, além de ícones da moda. E a segunda razão, é a primeira canção da trilha sonora do filme “O Diabo Veste Prada”, portanto, a trilha ideal para encerrar essa coluna. E por fim, um Feliz Dia das Mulheres a todas as leitoras.

Sandro Schmitz

Sandro Schmitz

Ator, Diretor e Produtor Executivo de Teatro no RS. Analista e Consultor Internacional. Sócio-Diretor da Dealers Negócios Internacionais.

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