Aloísio Magalhães

Por Raphael T. Inoue

O espaço “Designers que você deveria conhecer” do site da Revista Cliche tem o propósito de trazer mais informações sobre profissionais que foram ícones em suas épocas, e que são marcos na construção do design como conhecemos hoje. Então, hoje falarei mais sobre Aloísio Magalhães.

Dia Nacional do Design

Era o ano de 1998. O Presidente da República Federativa do Brasil era Fernando Henrique Cardoso – FHC. Você, caro leitor, deve estar se perguntando o que isso tem a ver com Aloísio Magalhães, não? Pois bem! No ano citado acima, o Presidente da República assinou um decreto que instituia o dia 05 de Novembro como o Dia Nacional do Design.

Então, parabéns a todos nós, designers. Mas essa data comemorativa em nossa homenagem credita-se a um dos maiores designers brasileiros, Aloísio Magalhães. Então, que tal conhecer um pouco mais da história de vida dele?

Aloísio Magalhães

Biografia

Nascido no dia 05 de Novembro de 1927, na cidade de Recife em Pernambuco, Aloísio Barbosa Magalhães tem a sua trajetória de vida marcada por intensa atuação nos campos da pintura, das artes gráficas e da política cultural.

Magalhães é considerado um dos pioneiros do design gráfico no Brasil, ajudando na fundação da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro), e foi considerado o responsável pelo design ser reconhecido como patrimônio intelectual da humanidade.

No campo cultural foi Fundador do Centro Nacional de Referência Cultural – CNRC em 1971, foi Diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN em 1979, foi Presidente da Fundação Nacional Pré-Memória em 1980 e Secretário Geral do Ministério da Educação e Cultura – MEC em 1980.

Obras

Aloísio tem muitos trabalhos de destaque, principalmente no campo da identidade visual. Desenvolveu, aproximadamente 179 marcas, dentre as quais se destacam:

  • 1963: Banco de Crédito Mercantil

  • 1963: Metalúrgica Icomi

  • 1964: IV Centenário do Rio de Janeiro

  • 1965: TV Globo

  • 1965: Bienal de São Paulo

  • 1965: Unibanco

  • 1966: Banco Aliança

  • 1966: Light

  • 1969: Banespa

  • 1970: Companhia Souza Cruz

  • 1970: Petrobrás

  • 1971: Banco Nacional

  • 1974: Itaipu Binacional

  • 1975: Banco Central

  • 1976: Banco Boa Vista

Algumas marcas criadas pelo designer

Análise da obra do IV Centenário do Rio de Janeiro

Na grande maioria dos trabalhos desenvolvidos por Aloísio Barbosa Magalhães, o designer utilizava o recurso de espelhamento e rotação dos elementos. Mas o trabalho feito para a comemoração do IV Centenário do Rio de Janeiro ganhou destaque não apenas pela resolução de uma identidade visual, mas também porque foi um dos poucos projetos que conquistaram a admiração pública. Prova disso foi como a população aplicou e utilizou-se da marca: pipas, maiôs, fantasias de escola de samba, desenhos comemorativos em paredes e ruas, tatuagens, etc.

A solução proposta para o símbolo dessa data comemorativa utiliza o algarismo 4 duplamente refletido, onde o todo reproduz o valor da parte, além de ter um sentido simbólico, pois este aproxima-se da cruz de malta dos portugueses que, historicamente, são os fundadores da cidade.

IV Centenário do Rio de Janeiro

Análise da obra do layout do Cruzeiro Novo

No ano de 1966, Aloísio Magalhães desenvolveu o layout da nova moeda brasileira, após seu projeto ter sido selecionado no concurso para tal. Essa obra de Magalhães rendeu muitos elogios devido à inovação que ele utilizou na moeda, pois ele se utilizou do efeito moiré, que é um desalinhamento reticular, para assim, gerar um efeito óptico de difícil reprodução.

E quando houve o redesenho da moeda, ele participou inovando mais uma vez, intervindo na funcionalidade da cédula. Percebeu que a grande dificuldade era o fato do dinheiro possuir o lado de cima e de baixo e assim reconhecer o seu valor. Então propôs que as notas possuíssem espelhamento (característica de vários de seus projetos), portanto, a moeda não tinha mais a distinção de lado de cima ou de baixo. Independente da posição que fosse visto, teria a mesma leitura.

Layout do Cruzeiro Novo

Conclusão

No dia 13 de Junho de 1982, Magalhães faleceu em Pádua, na Itália, vítima de um derrame cerebral quando tomava posse como Presidente da Reunião dos Ministros da Cultura dos Países Latinos.

Reconhecendo a sua importância e sua notoriedade, no ano de sua morte a Galeria Metropolitana de Arte do Recife passou a ser chamada de Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães, e 15 anos depois de Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães.

E no ano de 1988, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assina um decreto que institui o dia do nascimento de Magalhães, 05 de Novembro, como o Dia Nacional do Design.

Leitura Recomendada

Raphael T. Inoue

Raphael T. Inoue

Gestor da Revista Cliche e graduado em Design Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atualmente navega nos mares relacionados a Empreendedorismo, Fotografia e Gestão.

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Aloísio Magalhães

Por Raphael T. Inoue

O espaço “Designers que você deveria conhecer” do site da Revista Cliche tem o propósito de trazer mais informações sobre profissionais que foram ícones em suas épocas, e que são marcos na construção do design como conhecemos hoje. Então, hoje falarei mais sobre Aloísio Magalhães.

Dia Nacional do Design

Era o ano de 1998. O Presidente da República Federativa do Brasil era Fernando Henrique Cardoso – FHC. Você, caro leitor, deve estar se perguntando o que isso tem a ver com Aloísio Magalhães, não? Pois bem! No ano citado acima, o Presidente da República assinou um decreto que instituia o dia 05 de Novembro como o Dia Nacional do Design.

Então, parabéns a todos nós, designers. Mas essa data comemorativa em nossa homenagem credita-se a um dos maiores designers brasileiros, Aloísio Magalhães. Então, que tal conhecer um pouco mais da história de vida dele?

Aloísio Magalhães

Biografia

Nascido no dia 05 de Novembro de 1927, na cidade de Recife em Pernambuco, Aloísio Barbosa Magalhães tem a sua trajetória de vida marcada por intensa atuação nos campos da pintura, das artes gráficas e da política cultural.

Magalhães é considerado um dos pioneiros do design gráfico no Brasil, ajudando na fundação da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro), e foi considerado o responsável pelo design ser reconhecido como patrimônio intelectual da humanidade.

No campo cultural foi Fundador do Centro Nacional de Referência Cultural – CNRC em 1971, foi Diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN em 1979, foi Presidente da Fundação Nacional Pré-Memória em 1980 e Secretário Geral do Ministério da Educação e Cultura – MEC em 1980.

Obras

Aloísio tem muitos trabalhos de destaque, principalmente no campo da identidade visual. Desenvolveu, aproximadamente 179 marcas, dentre as quais se destacam:

  • 1963: Banco de Crédito Mercantil

  • 1963: Metalúrgica Icomi

  • 1964: IV Centenário do Rio de Janeiro

  • 1965: TV Globo

  • 1965: Bienal de São Paulo

  • 1965: Unibanco

  • 1966: Banco Aliança

  • 1966: Light

  • 1969: Banespa

  • 1970: Companhia Souza Cruz

  • 1970: Petrobrás

  • 1971: Banco Nacional

  • 1974: Itaipu Binacional

  • 1975: Banco Central

  • 1976: Banco Boa Vista

Algumas marcas criadas pelo designer

Análise da obra do IV Centenário do Rio de Janeiro

Na grande maioria dos trabalhos desenvolvidos por Aloísio Barbosa Magalhães, o designer utilizava o recurso de espelhamento e rotação dos elementos. Mas o trabalho feito para a comemoração do IV Centenário do Rio de Janeiro ganhou destaque não apenas pela resolução de uma identidade visual, mas também porque foi um dos poucos projetos que conquistaram a admiração pública. Prova disso foi como a população aplicou e utilizou-se da marca: pipas, maiôs, fantasias de escola de samba, desenhos comemorativos em paredes e ruas, tatuagens, etc.

A solução proposta para o símbolo dessa data comemorativa utiliza o algarismo 4 duplamente refletido, onde o todo reproduz o valor da parte, além de ter um sentido simbólico, pois este aproxima-se da cruz de malta dos portugueses que, historicamente, são os fundadores da cidade.

IV Centenário do Rio de Janeiro

Análise da obra do layout do Cruzeiro Novo

No ano de 1966, Aloísio Magalhães desenvolveu o layout da nova moeda brasileira, após seu projeto ter sido selecionado no concurso para tal. Essa obra de Magalhães rendeu muitos elogios devido à inovação que ele utilizou na moeda, pois ele se utilizou do efeito moiré, que é um desalinhamento reticular, para assim, gerar um efeito óptico de difícil reprodução.

E quando houve o redesenho da moeda, ele participou inovando mais uma vez, intervindo na funcionalidade da cédula. Percebeu que a grande dificuldade era o fato do dinheiro possuir o lado de cima e de baixo e assim reconhecer o seu valor. Então propôs que as notas possuíssem espelhamento (característica de vários de seus projetos), portanto, a moeda não tinha mais a distinção de lado de cima ou de baixo. Independente da posição que fosse visto, teria a mesma leitura.

Layout do Cruzeiro Novo

Conclusão

No dia 13 de Junho de 1982, Magalhães faleceu em Pádua, na Itália, vítima de um derrame cerebral quando tomava posse como Presidente da Reunião dos Ministros da Cultura dos Países Latinos.

Reconhecendo a sua importância e sua notoriedade, no ano de sua morte a Galeria Metropolitana de Arte do Recife passou a ser chamada de Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães, e 15 anos depois de Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães.

E no ano de 1988, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assina um decreto que institui o dia do nascimento de Magalhães, 05 de Novembro, como o Dia Nacional do Design.

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Raphael T. Inoue

Gestor da Revista Cliche e graduado em Design Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atualmente navega nos mares relacionados a Empreendedorismo, Fotografia e Gestão.

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