Bom design = Bom negócio?

Por Diego Silvério

Algumas semanas atrás, o site Fast Company publicou uma matéria sobre um estudo do DMI (Design Management Institute) que relaciona as empresas que utilizam o design em suas tomadas de decisão (design-driven businesses) com o índice S&P 500 do mercado americano. Esse índice, da Standard & Poor’s, mede o desempenho das ações das 500 maiores empresas nas bolsas NYSE e NASDAQ. O resultado desse estudo mostra que essas empresas “design-driven” tiveram uma performance 228% acima da média nos últimos 10 anos. As empresas avaliadas foram: Apple, Coca-Cola, Ford, Herman Miller, IBM, Intuit, Newell Rubbermaid, Nike, Procter & Gamble, Starbucks, Starwood, Steelcase, Target, Walt Disney, e Whirlpool.

Diante desse cenário, o calejado profissional que se mantém firme e forte com sua formação de Designer pode até antecipar um “eu já sabia”. Podemos sim comemorar diante da crescente influência que os Designers tem no mercado, quanto a isso não tenho nenhuma dúvida. Porém, o que ainda intriga muitos: o que o design de fato influencia no mercado e nas ações das empresas?

Ao olharmos para as empresas estudadas, podemos ver algumas já reconhecidas e minuciosamente avaliadas sobre sua atuação em design, tais como Apple e Walt Disney. Nessas empresas, o design ganhou um posicionamento claro dentro da diretoria e é disseminado top-down dentro da cultura e do dia-a-dia, pois talvez no final das contas e das planilhas em excel eles entenderam que isso faz a diferença. Outras não tão claras, como a Procter & Gamble ou a Starwood, possuem o design nas suas entranhas e utilizam ele de forma estratégica. De forma geral, as empresas listadas e avaliadas pela DMI atendem a critérios estabelecidos por ela para se encaixarem dentro do conceito “design-driven business” (foram 75 no total).

Do outro lado do rio, entretanto, estão 99,9% das outras empresas que utilizam parcialmente ou não utilizam o design, onde a maioria dos profissionais estão ou já estiveram. E com ela, o que podemos fazer? É possível tornar uma empresa comum em um exemplo de “design-driven business”?

De fato, são necessárias diversas informações externas e internas para responder a essas perguntas, inclusive delineando de forma bem clara o perfil da empresa e como ela se posiciona no mercado. O estudo da DMI exemplifica 3 fatores-chave que mostra como a empresa trabalha com o design: primeiro como um serviço, segundo como catalizador para uma mudança organizacional, e terceiro como uma fonte estratégica para guiar o modelo de negócio e seu posicionamento no mercado. Na grande maioria, há grande chances da empresa onde você trabalha utilizar o design como serviço. Não há nada de errado nisso. Agora, se ela quer se destacar no mercado e ganhar vantagens competitivas, o design faz parte desse arsenal estratégico? Se não, existe muito chão pela frente, depende de como você quer encarar esse desafio.

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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Bom design = Bom negócio?

Por Diego Silvério

Algumas semanas atrás, o site Fast Company publicou uma matéria sobre um estudo do DMI (Design Management Institute) que relaciona as empresas que utilizam o design em suas tomadas de decisão (design-driven businesses) com o índice S&P 500 do mercado americano. Esse índice, da Standard & Poor’s, mede o desempenho das ações das 500 maiores empresas nas bolsas NYSE e NASDAQ. O resultado desse estudo mostra que essas empresas “design-driven” tiveram uma performance 228% acima da média nos últimos 10 anos. As empresas avaliadas foram: Apple, Coca-Cola, Ford, Herman Miller, IBM, Intuit, Newell Rubbermaid, Nike, Procter & Gamble, Starbucks, Starwood, Steelcase, Target, Walt Disney, e Whirlpool.

Diante desse cenário, o calejado profissional que se mantém firme e forte com sua formação de Designer pode até antecipar um “eu já sabia”. Podemos sim comemorar diante da crescente influência que os Designers tem no mercado, quanto a isso não tenho nenhuma dúvida. Porém, o que ainda intriga muitos: o que o design de fato influencia no mercado e nas ações das empresas?

Ao olharmos para as empresas estudadas, podemos ver algumas já reconhecidas e minuciosamente avaliadas sobre sua atuação em design, tais como Apple e Walt Disney. Nessas empresas, o design ganhou um posicionamento claro dentro da diretoria e é disseminado top-down dentro da cultura e do dia-a-dia, pois talvez no final das contas e das planilhas em excel eles entenderam que isso faz a diferença. Outras não tão claras, como a Procter & Gamble ou a Starwood, possuem o design nas suas entranhas e utilizam ele de forma estratégica. De forma geral, as empresas listadas e avaliadas pela DMI atendem a critérios estabelecidos por ela para se encaixarem dentro do conceito “design-driven business” (foram 75 no total).

Do outro lado do rio, entretanto, estão 99,9% das outras empresas que utilizam parcialmente ou não utilizam o design, onde a maioria dos profissionais estão ou já estiveram. E com ela, o que podemos fazer? É possível tornar uma empresa comum em um exemplo de “design-driven business”?

De fato, são necessárias diversas informações externas e internas para responder a essas perguntas, inclusive delineando de forma bem clara o perfil da empresa e como ela se posiciona no mercado. O estudo da DMI exemplifica 3 fatores-chave que mostra como a empresa trabalha com o design: primeiro como um serviço, segundo como catalizador para uma mudança organizacional, e terceiro como uma fonte estratégica para guiar o modelo de negócio e seu posicionamento no mercado. Na grande maioria, há grande chances da empresa onde você trabalha utilizar o design como serviço. Não há nada de errado nisso. Agora, se ela quer se destacar no mercado e ganhar vantagens competitivas, o design faz parte desse arsenal estratégico? Se não, existe muito chão pela frente, depende de como você quer encarar esse desafio.

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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