Wayfinding: você sabe o que é?!

Por Raphael T. Inoue

Quantas vezes você já teve dificuldades para se localizar em um determinado local?! Quantas vezes você já teve dificuldades para encontrar o que procurava em um determinado espaço?! Pois é, mas saiba que isso não é uma dificuldade apenas sua, assim como nem sempre a culpa é sua. Este problema pode ser causado também pela falta de um sistema de wayfinding bem planejado.

Wayfinding é um conjunto de pistas constituídas por elementos visuais, auditivos, táteis, entre outros, que permitem às pessoas se movimentarem dentro de um espaço de maneira segura e informada.


Histórico

Este termo surgiu nos anos 1960, -utilizado, primeiramente, pelo arquiteto Kevin Lynch – no campo da Arquitetura ao nível de Urbanismo, designando um conjunto de elementos urbanísticos que permitem ao indivíduo navegar na cidade. O sistema englobava o nome de ruas, número de portas, mapas, sinais indicativos e elementos arquiteturiais marcantes (praça ou monumentos).

Na década seguinte, nos anos 1970, o conceito evolui para algo mais genérico sendo conhecido como “orientação intuitiva”. Este conceito parte da premissa que o indivíduo consegue perceber onde está localizado, e para onde quer ir. E, ao longo do caminho, a pessoa pode ser ajudada, ou atrapalhada, por um conjunto de elementos arquiteturiais – o sistema wayfinding.

A Europa Medivel foi, provavelmente, o berço da sinalização que, hoje, conhecemos como wayfinding


As quatro etapas  do wayfinding

  • Orientação: é referente à consciência de posicionamento do indivíduo frente a elementos que estão próximos a ele e ao destino. Esta etapa pode ser facilitada caso seja possível dividir o espaço em tamanhos menores e de fácil identificação.
  • Escolha de rota: é referente à escolha de um caminho que leva o indivíduo até o destino desejado. Esta etapa pode ser facilitada caso não existe um grande número de caminhos alternativos, e os caminhos curtos são preferidos, em relação aos caminhos longos.
  • Observação da rota: é referente à observação e análise do caminho, ou seja, o indivíduo vai se locomovendo e tendo a confirmação se está indo no sentido desejado. Caso o caminho seja claro (com princípio, meio e fim), a pessoa sempre saberá onde está.
  • Reconhecimento do destino: é o reconhecimento do destino quando chegamos a este. Esta etapa pode ser facilitada se o indivíduo perceber que o local de destino é o ponto final de uma rota, e caso o local tenha alguma identificação de que é o ponto de destino.


Os princípios do wayfinding

Segundo um estudo do Instituto MIT, para se ter um sistema de wayfinding eficaz é preciso seguir alguns princípios, detalhadas abaixo:

  • Criação de uma identidade em cada local, diferente de todos os outros: é preciso dar a cada espaço navegável uma identidade única onde o indivíduo possa associar os elementos mais próximos com o macro-espaço. E quando se fala em identidade é o que faz parto de um espaço diferenciável de outro.
  • Use pontos de referência para fornecer pistas de orientação e locais memoráveis: esses pontos podem ter dois propósitos distintos. O primeiro é ser como um ponto para que o indivíduo possa dizer onde está. E o segundo é quando esses pontos tornam-se memoráveis, sendo de fácil reconhecimento para todos.
  • Criar caminhos bem estruturados: quando se fala em caminhos bem estruturados, quer-se dizer em caminhos que são contínuos e possuem um começo, meio e fim, em cada sentido pelo qual é visto. Além disso, devem mostrar um progresso  ao indivíduo.
  • Criar regiões de diferentes características visuais: dentro do macro-espaço, é preciso dividí-lo em regiões com uma identidade distinta das demais, onde cada uma terá um conjunto de atributos visuais característico. As regiões podem não ter limites, mas é consenso que uma determinada área pertence a uma região, e não à outra.
  • Não dar ao usuário muitas opções na navegação: este princípio indica que o sistema de wayfinding deve ter um caminho principal para que os indivíduos possam seguir.
  • Utilize pontos de vista de pequisa: por exemplo, um mapa é uma valiosa ajuda à navegação, por colocar todo o espaço dentro de ponto de vista do indivíduo. Com isso, ele pode saber o que está próximo a si (vizinhança), quais os destinos disponíveis, quais rotas ele poderá utilizar, tamanho do espaço, distância até o destino.
  • Fornecer sinais em pontos de decisão para auxiliar a decisão: estes pontos de decisão são os “locais” onde o indivíduo precisará tomar uma decisão (continuará na rota ou mudará de direção?). E este sinal deve conter informações adicionais para auxiliar o indivíduo na tomada da decisão.

Exemplos

Um belo exemplo de utilização do sistema wayfinding é o do Eureka Tower Car Park que fica na cidade australiana de Melbourne. O sistema foi desenvolvido por Axel Peemoeller.

Wayfinding do “Eureka Tower Car Park” na cidade de Melbourne

Projeto desenvolvido para a sinalização do câmpus de uma universidade não identificada


Referências

Raphael T. Inoue

Raphael T. Inoue

Gestor da Revista Cliche e graduado em Design Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atualmente navega nos mares relacionados a Empreendedorismo, Fotografia e Gestão.

Conteúdo relacionado

Comentários

Os comentários estão encerrados.

Wayfinding: você sabe o que é?!

Por Raphael T. Inoue

Quantas vezes você já teve dificuldades para se localizar em um determinado local?! Quantas vezes você já teve dificuldades para encontrar o que procurava em um determinado espaço?! Pois é, mas saiba que isso não é uma dificuldade apenas sua, assim como nem sempre a culpa é sua. Este problema pode ser causado também pela falta de um sistema de wayfinding bem planejado.

Wayfinding é um conjunto de pistas constituídas por elementos visuais, auditivos, táteis, entre outros, que permitem às pessoas se movimentarem dentro de um espaço de maneira segura e informada.


Histórico

Este termo surgiu nos anos 1960, -utilizado, primeiramente, pelo arquiteto Kevin Lynch – no campo da Arquitetura ao nível de Urbanismo, designando um conjunto de elementos urbanísticos que permitem ao indivíduo navegar na cidade. O sistema englobava o nome de ruas, número de portas, mapas, sinais indicativos e elementos arquiteturiais marcantes (praça ou monumentos).

Na década seguinte, nos anos 1970, o conceito evolui para algo mais genérico sendo conhecido como “orientação intuitiva”. Este conceito parte da premissa que o indivíduo consegue perceber onde está localizado, e para onde quer ir. E, ao longo do caminho, a pessoa pode ser ajudada, ou atrapalhada, por um conjunto de elementos arquiteturiais – o sistema wayfinding.

A Europa Medivel foi, provavelmente, o berço da sinalização que, hoje, conhecemos como wayfinding


As quatro etapas  do wayfinding

  • Orientação: é referente à consciência de posicionamento do indivíduo frente a elementos que estão próximos a ele e ao destino. Esta etapa pode ser facilitada caso seja possível dividir o espaço em tamanhos menores e de fácil identificação.
  • Escolha de rota: é referente à escolha de um caminho que leva o indivíduo até o destino desejado. Esta etapa pode ser facilitada caso não existe um grande número de caminhos alternativos, e os caminhos curtos são preferidos, em relação aos caminhos longos.
  • Observação da rota: é referente à observação e análise do caminho, ou seja, o indivíduo vai se locomovendo e tendo a confirmação se está indo no sentido desejado. Caso o caminho seja claro (com princípio, meio e fim), a pessoa sempre saberá onde está.
  • Reconhecimento do destino: é o reconhecimento do destino quando chegamos a este. Esta etapa pode ser facilitada se o indivíduo perceber que o local de destino é o ponto final de uma rota, e caso o local tenha alguma identificação de que é o ponto de destino.


Os princípios do wayfinding

Segundo um estudo do Instituto MIT, para se ter um sistema de wayfinding eficaz é preciso seguir alguns princípios, detalhadas abaixo:

  • Criação de uma identidade em cada local, diferente de todos os outros: é preciso dar a cada espaço navegável uma identidade única onde o indivíduo possa associar os elementos mais próximos com o macro-espaço. E quando se fala em identidade é o que faz parto de um espaço diferenciável de outro.
  • Use pontos de referência para fornecer pistas de orientação e locais memoráveis: esses pontos podem ter dois propósitos distintos. O primeiro é ser como um ponto para que o indivíduo possa dizer onde está. E o segundo é quando esses pontos tornam-se memoráveis, sendo de fácil reconhecimento para todos.
  • Criar caminhos bem estruturados: quando se fala em caminhos bem estruturados, quer-se dizer em caminhos que são contínuos e possuem um começo, meio e fim, em cada sentido pelo qual é visto. Além disso, devem mostrar um progresso  ao indivíduo.
  • Criar regiões de diferentes características visuais: dentro do macro-espaço, é preciso dividí-lo em regiões com uma identidade distinta das demais, onde cada uma terá um conjunto de atributos visuais característico. As regiões podem não ter limites, mas é consenso que uma determinada área pertence a uma região, e não à outra.
  • Não dar ao usuário muitas opções na navegação: este princípio indica que o sistema de wayfinding deve ter um caminho principal para que os indivíduos possam seguir.
  • Utilize pontos de vista de pequisa: por exemplo, um mapa é uma valiosa ajuda à navegação, por colocar todo o espaço dentro de ponto de vista do indivíduo. Com isso, ele pode saber o que está próximo a si (vizinhança), quais os destinos disponíveis, quais rotas ele poderá utilizar, tamanho do espaço, distância até o destino.
  • Fornecer sinais em pontos de decisão para auxiliar a decisão: estes pontos de decisão são os “locais” onde o indivíduo precisará tomar uma decisão (continuará na rota ou mudará de direção?). E este sinal deve conter informações adicionais para auxiliar o indivíduo na tomada da decisão.

Exemplos

Um belo exemplo de utilização do sistema wayfinding é o do Eureka Tower Car Park que fica na cidade australiana de Melbourne. O sistema foi desenvolvido por Axel Peemoeller.

Wayfinding do “Eureka Tower Car Park” na cidade de Melbourne

Projeto desenvolvido para a sinalização do câmpus de uma universidade não identificada


Referências

Raphael T. Inoue

Raphael T. Inoue

Gestor da Revista Cliche e graduado em Design Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atualmente navega nos mares relacionados a Empreendedorismo, Fotografia e Gestão.

Conteúdo relacionado

Comentários

Os comentários estão encerrados.