Todo fim tem um novo começo
A frase que intitula o artigo dessa quinzena de nossa coluna se encontra no topo do primeiro cartaz oficial da nova trilogia da saga “Star Wars”, cujo recente anúncio informa que as filmagens iniciarão em breve, e isso vem agitando o mundo cinematográfico. Por outro lado, os fãs da saga no mundo inteiro, de imediato, ficaram preocupados com os rumos que essa nova trilogia poderia vir a tomar, visto que a saga já possui toda uma mitologia vinculada à sua história. A essa mitologia dá-se o nome de Universo Expandido. Mas, o que é o Universo Expandido?
Utiliza-se esse termo para denominar todos os produtos oficialmente licenciados, de estórias fictícias do universo “Star Wars”, não mostradas nos seis filmes produzidos por George Lucas. Assim sendo, inclui livros, histórias em quadrinhos, jogos de videogame, filmes oficiais, séries de televisão, brinquedos, e outras mídias. O material se expande e continua a história contada nos filmes, tendo como ponto de referência em qualquer lugar desde 25.000 anos antes de “A Ameaça Fantasma – Episódio I” até mais de 137 anos após “O Retorno de Jedi”.
A confirmação do nome do diretor J.J. Abrams, de “Star Trek” (2009), e, “Super 8” (2011), para a realização do episódio VII da saga no final de janeiro deixou todos aguardando mais informações que, a partir desse momento, começaram a ser mais freqüentes. Esse primeiro filme da nova trilogia irá ter roteiro de Michael Arndt, do filme “Pequena Miss Sunshine”, produção de Kathleen Kennedy, e, previsão de estréia para 2015, conforme pode ser visto no primeiro cartaz tornado público e reproduzido abaixo.
Apesar de ter deixado muitos conhecedores do Universo Expandido intranqüilos, o anúncio de que Harrison Ford já confirmou sua participação no Episódio VII revivendo seu personagem Han Solo tranqüilizou os seguidores da saga, isso porque sinalizou que a produção pretende se orientar pela mitologia consolidada no Universo Expandido. A recente entrevista de Mark Hamill comentando que foi procurado pela produtora para reviver Luke Skywalker, e, que a mesma pretende procurar a atriz Carrie Fisher, que viveu a Princesa Leia Organa na primeira trilogia, fortalecem a impressão de todos que a nova trilogia deverá ter por base a obra conhecida como “Trilogia do Império” (“The Thrawn Omnibus”).
Caso essa impressão venha a se confirmar, muito provavelmente o episódio VII irá se basear no livro Herdeiros do Império (“Heir to the Empire”), escrito por Timothy Zahn, publicado pela Bantam Spectra, em junho de 1991, primeiro livro da trilogia. Os livros seguintes são: A Força Negra Renasce (“The Dark Force Rising”), lançado em junho de 1992, e, “A última Ordem” (“The Last Command”), lançado em abril de 1993. Dois comentários interessantes sobre essa trilogia: primeiro, com base no segundo livro dessa trilogia surgiu o boato de que Darth Vader retornaria da morte para reconstruir o Império galáctico, informação totalmente errada, contudo, realmente um importante personagem volta a vida no final do livro, e, segundo, o terceiro volume reserva um confronto totalmente inesperado pelos fãs da saga, mas muito interessante e que vale a pena ser lido. Certamente, se os novos filmes tiverem por base essa trilogia, a qualidade dos mesmos será excelente.
Essa nova série dá continuidade a uma saga que se iniciou, pelo Universo Expandido, na obra “Splinter of the Mind’s Eye”, escrita por Alan Dean Foster e lançado em fevereiro de 1978. Sua história ocorre entre o Episódio IV: Uma Nova esperança, e, o Episódio V: O Império Contra-ataca. A história toda gira em torno de Luke Skywalker, Princesa Léia, C-3PO, R2-D2 e Darth Vader. Os personagens de Han Solo e Chewbacca não aparecem, contudo essa é a grande inconsistência da obra, apesar de essa ser a primeira reconhecidamente ser a primeira obra oficial do Universo Expandido, pois Luke fala no final do livro que Han é: “um pirata e um contrabandista”. Bom, mas de acordo com as regras de interpretação do Universo Expandido – sim, o Universo Expandido possui Regras de Interpretação – toda inconsistência que contrarie a saga principal deve ser desconsiderada, portanto, essa frase é irrelevante.
Como sabido por todos, a saga de “Star Wars” provocou uma enorme (r) evolução nas áreas de computação gráfica e design de cinema, visto que demandou muita tecnologia desde seu primeiro filme. Também foi assim no setor de videogames. Uma grande parte das histórias do Universo Expandido foi contada em diversos games lançados durante esse período. Nesse ensaio irei falar especificamente de dois jogos em virtude de sua importância: Sombras do Império (“Shadows of Empire”), e, “Star Wars: Rebel Assault”. Nem a saga, nem os games seriam os mesmos depois dessa experiência.
Sombras do Império (“Shadows of Empire”) é uma história multimídia de Star Wars que se localiza entre os episódios V (“O Império Contra-Ataca”), e, VI (“O Retorno de Jedi”), tendo sido contada a história em livro e em um dos mais famosos games da série, com o título homônimo. Nessa história Luke Skywalker, e, a Princesa Leia, com a ajuda de Lando Calrissian, Chewie, Wedge e o Rogue Squadron, partem numa tentativa de resgatar Han Solo das mãos de Boba Fett, além deles, passam a contar com a ajuda de um dos melhores pilotos da galáxia de nome Dash Rendar. No lado do Império, Darth Vader se dedica a missão de capturar Luke Skywalker para o Imperador, enquanto surge um novo personagem no lado negro, o Príncipe Xizor, que pretende matar Luke e tomar o lugar de Vader ao lado de Darth Sidious (“O Imperador”). Dessa forma, Luke está sendo perseguido pelas duas mais perigosas organizações do universo de “Star Wars”. O livro reserva um final surpreendente para os fãs da saga e que irá ser determinante para a mesma. Abaixo um vídeo com o início de um dos níveis do jogo.
Outro jogo muito importante do universo de “Star Wars” foi o “Star Wars: Rebel Assault”, tendo sido o primeiro jogo exclusivo para PC. Foi lançado em novembro de 1993 e se caracteriza por ser um CD duplo, e, posteriormente lançado um CD de expansão. Sua história se localiza nas as aventuras de um jovem piloto conhecido como “Rookie One”, um agricultor de Tatooine, mesmo planeta onde Luke Skywalker foi deixado por Obi Wan ao final do episódio III. O jogo ocorre em grande parte durante os eventos do Episódio IV: Uma Nova Esperança, contudo cenas da batalha de Hoth do Império Contra-ataca também aparecem. O jogo descreve o treinamento de um piloto rebelde, mas, logo aparece um ataque ao “Star Destroyer Devastator”, assim como, a captura do “Tantive IV”, ambos eventos dos filmes. Durante o jogo, é possível o jogador pilotar o “Millenium Falcon”, e, diga-se de passagem, isso é bem difícil [sim, eu tenho o jogo]. O jogo fez tanto sucesso que teve um pacote de expansão, além de uma continuação chamada “Star Wars: Rebel Assault II: The Hidden Empire” (“Star Wars: Rebel Assault II: O Império Oculto”).
O mais conhecido dos eventos do Universo Expandido são as Guerras Clônicas (“Clone Wars”), que ocorrem entre os episódios II (“O Ataque dos Clones”), e, III (“A Vingança dos Sith”). é uma série de desenhos animados produzidos pelo “Cartoon Network Studios” em parceria com a Lucasfilm e exibido entre 2003 e 2005. Essa série foi diretamente inspirada da série em quadrinhos lançada ainda na década de noventa. O último episódio da série prepara o terceiro filme da trilogia “A Vingança de Sith – Episódio III”, pois é do ponto em que encerra o último episódio da animação que se inicia o filme deixando, assim, evidente a importância do Universo Expandido para a saga. Abaixo o primeiro episódio da série.
A contribuição da saga “Star Wars” para a tecnologia do cinema foram enormes, assim como para o design, e nos mais diversos setores, basta notar que, inclusive, diversos modelos de novos aviões atualmente vêm sendo inspirados nos designs da saga. A publicidade também em várias ocasiões se valeu da saga para promover produtos, tal como a Volkswagen no comercial abaixo:
Ou ainda na indústria de brinquedos com a Lego, com a linha “Star Wars” dessa empresa que, inclusive, fez a animação a seguir para promover essa linha especial, tendo dado origem a uma série de animação específica dos brinquedos:
A escolha do vídeo da Lego foi proposital, visto que eu desejava encerrar esse artigo com o tema clássico de “Star Wars”, pois de todas as canções de suas trilhas sonoras, nenhuma remete mais a essa saga do que “The Imperial March (Darth Vader’s Theme)”, composta por John Williams. Espero ter conseguido apresentar um pouco que seja do enorme mundo que é o Universo Expandido de “Star Wars”, todavia, agora já se iniciou a contagem regressiva para a próxima trilogia, que se inicia em 2015 como foi divulgado e caso não sofra atrasos. Tempo suficiente para, quem quiser, buscar mais informações desse universo até os novos filmes. E, como não poderia deixar de ser, em se tratando de “Star Wars”, “may the force be with you” (“que a força esteja com vocês”).
Comentários
Os comentários estão encerrados.