Pressões demográficas
A divulgação dos resultados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 gerou uma série de reflexões dentro de diversas áreas do conhecimento. Além do aumento populacional no Brasil, outros dados geraram repercussões, tais como o aumento dos evangélicos, a queda no número médio de filhos por família, o envelhecimento da população, entre outras.
Se nós, designers, resolvemos problemas e criamos soluções para clientes, consumidores ou usuários, estes dados são altamente relevantes. Basta pegarmos uma fatia destes dados e vamos encontrar um amplo campo de atuação. Vamos olhar para dois dados: o aumento do número de evangélicos e o envelhecimento da população.
O censo de 2010 demonstra que o envelhecimento da população brasileira está modificando a “pirâmide” demográfica. Segundo o site IG, existe a previsão de que a população começará a decrescer em 2040 se mantivermos o mesmo padrão de crescimento. Se olharmos para o mercado de atuação do designer, independente da especialização, veremos um profissional preocupado com as necessidades e desejos desta futura fatia populacional? Não estou falando só de design para idoso, mas também para adultos que se preocupam em envelhecer com saúde e bem estar.
Ao olharmos para a outra fatia populacional crescente, veremos que realmente existe uma pressão demográfica inexplorada. Os evangélicos hoje representam 22,2% da população brasileira. Eles fazem parte do segmento religioso que mais cresceu no Brasil entre os censos de 2000 e 2010. Se continuarem neste ritmo, os evangélicos se igualarão aos católicos em aproximadamente 30 anos. Segundo a revista Veja, este crescimento já começa a influenciar o cenário eleitoral no Brasil. Se, em um futuro não muito distante, a população evangélica atingir uma representatividade maior, qual será a influência dos valores religiosos deles no desenvolvimento de novos produtos e serviços? Há espaço para que produtos e serviços existentes ou novos levem em consideração os valores deste público.
Para demonstrar esta segmentação e o potencial que estas ações terão no futuro, o portal G1 publicou no início deste ano um artigo sobre moda evangélica. De acordo com o artigo, as limitações culturais são transformadas em estímulos e podem atingir um segmento exigente diante do universo da moda. Considerando um país que espera crescer menos de 2% este ano, ter uma projeção de crescimento de 20% igual a confecção ( de Fabrício Guimarães Pais) citada pelo site é extremamente promissor.
A partir destes dados, em breve o IBGE irá divulgar mais detalhes de cada tópico do censo. É muito importante avaliá-los para entender quais serão os próximos cenários que formarão o Brasil no futuro. Como pudemos ver, estes cenários irão interferir em toda a sociedade, e poderá ser um diferencial para qualquer profissional entender e antecipar-se a estas mudanças. Não há espaço para preconceitos e barreiras culturais, pois o empresário e/ou designer que souber lidar com estes futuros cenários terá grandes oportunidades nas mãos.
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