9 razões para ver a exposição de Joan Miró em Curitiba (ou simplesmente 9 coisas que você tem que saber sobre Miró antes de ver suas obras)

Por Isabela Fuchs

É, Curitiba tem tido várias exposições bacanas e gratuitas. Como se já não bastasse as lindas aquarelas do Salvador Dali e a incrível exposição do Sérgio Rodrigues, cheia de personalidade, agora teremos Miró. 69 gravuras, rascunhos e desenhos do artista estarão aqui, e isso é mais do que bom; é imperdível. Aliás, é único, bem como o pintor. É de graça e na Caixa Cultural, perto do Teatro Guaíra.

Alguma obra, uminha que seja, do Miró todo mundo tem na cabeça. Suas cores primárias, suas formas, seu ludismo, suas obras brincalhonas que parecem que uma criança desenhou ou fez no papel machê. Na realidade isso pode ser lido como “hm, então se ~até uma criança faria~, cadê a técnica do artista, hein?” Bem: o cara foi pioneiro no que fez. Segundo: arte é feita de CONCEITOS, galera. Então não é porque um elefantinho fofo ou o macaco da novela faz pinturas loucas que isso tira o valor de uma obra moderna ou contemporânea. Provavelmente os outros mamíferos não criaram um conceito por trás da sua obra 🙂

Então, vamos à lista!

1- Ver esboços e anotações dos artistas é sempre bom. Tanto pra mostrar que nunca se acerta de primeira quanto para mostrar um lado mais íntimo do artista, ver como ele concebeu suas ideias, etc.


2- Um milionário angolano ofereceu ao governo português a compra de 85 quadros do Miró para que eles não saíssem de Portugal. Ele ficou 33 milhões de euros menos rico.
3- Ele era surrealista, mas mais pro lado fantasioso e menos pro lado psicanalítico. E isso não fez suas obras ficarem mais frágeis ou bobinhas.


4- Sua obra mais famosa tem um nome muito massa – Números e constelações em amor com uma mulher – e é feita no papelzão mesmo, com aquarela e guache.


5- Muitos de seus delírios não eram reproduzidos por psicoativos, mas por fome. Miró às vezes não tinha dinheiro pra jantar e rabiscava no papel as sensações da fome.
6- Ele era versátil na técnica sem abandonar sua personalidade artística.


7- Suas obras são fáceis e complexas. Suas formas e cores remetem à infância, ao lúdico, à simplicidade, à criatividade infinita de uma criança. Porém, ao mesmo tempo, são incrivelmente impactantes e fortes (talvez pelos mesmos motivos).
8- Suas pinturas são riquíssimas em detalhes e dá pra ficar horas reparando em detalhes minunciosos. E suas formas e cores são muito bem pensadas, não foram feitas de qualquer jeito (helou, Romero Britto!) e sem harmonia e personalidade. É fácil olhar para uma forma geométrica com uma certa cor e pensar “Miró!”


9 – Vai ver vendo essa exposição vamos saber porque a galera tem tatuado tanta coisa do Miró (nas costas principalmente).

Isabela Fuchs

Isabela Fuchs

Estudante de Design na UTFPR. Apaixonada por História da Arte, mas também nutro paixões paralelas como Design Editorial, Design de Embalagens e Tipografia.

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