A Morning Stroll

Por Wagner Regis

Tão importante quanto à animação é a sua narrativa, algo que sempre comentamos por aqui. Agora imagine aproveitar a mesma história e apresenta-la em versões visuais diferentes, e ainda assim, em sua trama tendo consequências diferentes?
“A Morning Stroll” num primeiro momento pode parecer simples, mas você percebe ser um curta animado muito divertido. E muito mais do que isso, os diversos estilos utilizados sendo de uma qualidade excelente. A primeira parte, podemos ter a ingenuidade de achar que por serem personagens, quase em boneco de palito, seriam mais fáceis de animar, pelo contrário, dada a simplicidade da cena, vemos quão orgânico são os movimentos que, justamente, por terem poucos elementos, precisam ser tão verossímeis quanto a 3ª tomada, a qual utiliza de recursos em 3D, podendo ser considerados os mais desenvolvidos. Ao mesmo tempo, que não por isso, a sequência em anima vetorial da 2ª tomada, se descontrai muito bem com uma realidade próxima de smartphones e como nos distraímos nesse universo paralelo.

O curta-metragem animado, dirigido por Grant Orchard e produzido no Studio A.K.A., foi premiado como Best Short Film (no British Animation Awards), como “Melhor Direção” (no AnimaMundi), e “Jury Prize in Animated Short Film” – no Sundance Film Festival, todos em 2012, além de ter sido indicado ao prêmio de “Best Animated Short Film” da 84ª edição do Oscar. A título de curiosidade, o filme é vagamente baseado em um evento em “True Tales of American Life”, de autoria do estadunidense Paul Auster.

“A Morning Stroll” nos mostra que às vezes vale a pena experimentar aquela mesma ideia de maneiras diferentes, em épocas distintas, desse modo, quantas possibilidade deixamos passar, ou poderiam ter sido melhoradas?