Multi task

#Superdesigner

Por Diego Silvério

Durante a faculdade, há muitas dúvidas sobre o que um designer deve aprender. Muitos acreditam que deveriam aprender mais softwares, outros acham que deveriam aprender mais conceitos e teorias. Há quem acredita que deveriam praticar mais, agir e experimentar. Porém, quando você olha naquele mural de vagas de estágio e empregos, você encontra uma lista enorme de requisitos para uma vaga: computação básica, microsoft office, adobe photoshop, illustrator, corel draw, software 3D, fotografia, inglês fluente, prototipagem manual e cnc, e por aí vai. Se entrarmos no mérito de softwares exigidos por áreas mais específicas, aí sim varia bastante. As vagas de produto podem incluir softwares 3D específicos como catia, pro engineer ou solidworks, ou alguns mais conhecidos como 3D max ou Rhino. Se a vaga for na indústria automotiva, pode incluir um Alias. Se você quiser trabalhar com motion, Premiere, Vegas, After Effects ou Final Cut Pro. Se você quiser trabalhar com móveis ou interiores, Autocad, Promob ou até Revit. Se quiser games, abre outro leque de softwares. Minha nossa, quantas opções! Sem contar os outros softwares que eventualmente você vai ter que aprender, dependendo da sua função, como o Ms Project e afins. Se a maioria dos estudantes mal sabem o que querem fazer da vida (e alguns ainda nem sabem ao certo se querem continuar no mundo designístico), como eu vou saber qual software tenho que aprender? Isso que estamos falando somente dos softwares, nem comentei ainda dos outros requisitos.

Não entre em desespero, ainda não é o fim do mundo.

Conversando com alguns amigos designers, surgiu a dúvida: será que essas vagas de estágio ou emprego não estão exagerando nos requisitos? Eu não vejo exatamente dessa forma, mas acredito que há um motivo forte para isso.

As empresas começam a entender o que é design e também sobre a necessidade de contratar um. Quando eles contratam, a demanda de trabalha é variada, incluindo desde papelaria até um eventual desenho técnico de um móvel. A não ser que você consiga uma vaga numa empresa ou agência onde a equipe de design é grande, as demandas serão variadas e até inusitadas. Até mesmo aquelas vagas mais específicas precisam de profissionais com múltiplas habilidades. É a demanda do mercado, na escassez de bons profissionais ou de vagas, exige-se mais daqueles que são ou serão contratados. Este não é o único motivo, porém acredito que seja um dos mais impactantes.

Mas, e agora? Precisa então aprender dezenas de softwares?

Não necessariamente. A primeira pergunta é: você sabe onde você quer chegar? Se ainda não, vale aprender alguns softwares para estar um pouco mais preparado. Agora, se você sabe onde quer chegar, vale a pesquisa para entender quais são os requisitos técnicos em que você deve se preparar. Além disso, você não precisa ser um super expert em todos os sofwares para conseguir uma tão sonhada vaga, não é só de software que se faz um bom designer.

Em um artigo do site Administradores.com, alguns consultores de RH explicam que mais do que o conhecimento técnico, algumas empresas consideram fatores atitudinais que pesam na contratação e que os fatores técnicos podem ser aprimorados durante o seu trabalho. Aspectos como proatividade, comprometimento, facilidade de aprendizagem, resiliência e criatividade são importantes para os recrutadores. Isso mostra que é importante trabalhar outras habilidades, como gestão, liderança, relacionamento com pessoas, coisas que você não vai encontrar em um manual ou apresentação de um professor.

De qualquer forma, seja através de conhecimentos técnicos ou não, a vaga não cai do céu. Então corra!

[Imagem destaque] Fonte: http://sinedicendo.wordpress.com/2012/05/26/multi-task/

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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Por Diego Silvério

Durante a faculdade, há muitas dúvidas sobre o que um designer deve aprender. Muitos acreditam que deveriam aprender mais softwares, outros acham que deveriam aprender mais conceitos e teorias. Há quem acredita que deveriam praticar mais, agir e experimentar. Porém, quando você olha naquele mural de vagas de estágio e empregos, você encontra uma lista enorme de requisitos para uma vaga: computação básica, microsoft office, adobe photoshop, illustrator, corel draw, software 3D, fotografia, inglês fluente, prototipagem manual e cnc, e por aí vai. Se entrarmos no mérito de softwares exigidos por áreas mais específicas, aí sim varia bastante. As vagas de produto podem incluir softwares 3D específicos como catia, pro engineer ou solidworks, ou alguns mais conhecidos como 3D max ou Rhino. Se a vaga for na indústria automotiva, pode incluir um Alias. Se você quiser trabalhar com motion, Premiere, Vegas, After Effects ou Final Cut Pro. Se você quiser trabalhar com móveis ou interiores, Autocad, Promob ou até Revit. Se quiser games, abre outro leque de softwares. Minha nossa, quantas opções! Sem contar os outros softwares que eventualmente você vai ter que aprender, dependendo da sua função, como o Ms Project e afins. Se a maioria dos estudantes mal sabem o que querem fazer da vida (e alguns ainda nem sabem ao certo se querem continuar no mundo designístico), como eu vou saber qual software tenho que aprender? Isso que estamos falando somente dos softwares, nem comentei ainda dos outros requisitos.

Não entre em desespero, ainda não é o fim do mundo.

Conversando com alguns amigos designers, surgiu a dúvida: será que essas vagas de estágio ou emprego não estão exagerando nos requisitos? Eu não vejo exatamente dessa forma, mas acredito que há um motivo forte para isso.

As empresas começam a entender o que é design e também sobre a necessidade de contratar um. Quando eles contratam, a demanda de trabalha é variada, incluindo desde papelaria até um eventual desenho técnico de um móvel. A não ser que você consiga uma vaga numa empresa ou agência onde a equipe de design é grande, as demandas serão variadas e até inusitadas. Até mesmo aquelas vagas mais específicas precisam de profissionais com múltiplas habilidades. É a demanda do mercado, na escassez de bons profissionais ou de vagas, exige-se mais daqueles que são ou serão contratados. Este não é o único motivo, porém acredito que seja um dos mais impactantes.

Mas, e agora? Precisa então aprender dezenas de softwares?

Não necessariamente. A primeira pergunta é: você sabe onde você quer chegar? Se ainda não, vale aprender alguns softwares para estar um pouco mais preparado. Agora, se você sabe onde quer chegar, vale a pesquisa para entender quais são os requisitos técnicos em que você deve se preparar. Além disso, você não precisa ser um super expert em todos os sofwares para conseguir uma tão sonhada vaga, não é só de software que se faz um bom designer.

Em um artigo do site Administradores.com, alguns consultores de RH explicam que mais do que o conhecimento técnico, algumas empresas consideram fatores atitudinais que pesam na contratação e que os fatores técnicos podem ser aprimorados durante o seu trabalho. Aspectos como proatividade, comprometimento, facilidade de aprendizagem, resiliência e criatividade são importantes para os recrutadores. Isso mostra que é importante trabalhar outras habilidades, como gestão, liderança, relacionamento com pessoas, coisas que você não vai encontrar em um manual ou apresentação de um professor.

De qualquer forma, seja através de conhecimentos técnicos ou não, a vaga não cai do céu. Então corra!

[Imagem destaque] Fonte: http://sinedicendo.wordpress.com/2012/05/26/multi-task/

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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