Bandeira do Brasil

As profissões promissoras de 2014

Por Diego Silvério

Desde o momento em que entrei na faculdade, ouvi muitas vezes falarem sobre a profissão de designer. São vários argumentos, desde a mais básicas como “a profissão não é reconhecida”, até as mais específicas “porque preciso saber tantos softwares para entrar no mercado de trabalho”. Assim como em todas as profissões, sempre apontaremos as lacunas e obstáculos da nossa área, isso é normal das classes. Não será a última vez que esse tema será batido, revirado, revisto ou retomado.

Na última semana, vi um artigo no site da revista Exame que me chamou a atenção. O título era “40 profissões promissoras para 2014” e, na esperança de encontrar uma luz no fim do túnel, fui ver se design estava contemplado dentro da lista. Que ilusão, nem chegamos perto. Porém, ao analisar um pouco mais a lista, percebi que isto estava diretamente e intimamente ligado ao nosso país e o seu atual cenário econômico. (Já vou adiantando para você que a análise a seguir é superficial e pessoal, mas acho que vale a discussão. =) )

Já nos primeiros lugares, é possível ver que a engenharia toma conta de parte da lista. Civil, mecânica, elétrica, e outras áreas relacionadas (como por ex. geologia). Uma outra parte se destina a profissionais de gerenciamento e controle, como por ex. gerente de projetos e contabilidade, e por fim as áreas de tecnologia da informação. Olhando com mais frieza para essas profissões, é possível ver que existe uma relação direta com o cenário em que o país se encontra e os grandes eventos que irão acontecer aqui.

Muito se fala, sobre o custo Brasil por ser muito alto e atrapalhar o desenvolvimento do país. Um dos componentes do custo Brasil é a infraestrutura do país,que muito se fala por ser responsável pelos gargalos e obstáculos para o mercado brasileiro. Neste caso, as engenharias possuem um papel importante e talvez por isso estejam tão valorizadas. Ainda sobre a engenharia civil, existe uma explosão de empreendimentos imobiliários e de obras públicas (ano de eleições) que demandam ainda mais desse setor. Para gerenciar tantos projetos e profissionais, os gerentes de projetos e controle possuem um papel fundamental, tanto no domínio privado quanto no público. As profissões de tecnologia da informação possuem um papel importante nas empresas, principalmente com a expansão das redes em nuvem, da telefonia móvel edos sistemas integrados. É claro que essa visão é muito superficial, pois cada profissão deve ter outros fatores importantes que as tornam mais demandadas e com um cenário promissor em 2014.

Mas o que isso tem a ver com o design?

Ao conversar sobre o tema com minha namorada e amigos designers, levantamos vários argumentos críticos sobre a nossa profissão. Porém, ao relacioná-los com o artigo da revista Exame, pude ver que existe algo maior do que os problemas do dia-a-dia, e que acredito que influencie diretamente na forma como a nossa profissão é vista. O cenário econômico atual do Brasil demanda hoje e irá demandar por algum tempo por profissionais que possam atuar em áreas defasadas da estrutura econômica do país. O Brasil possui diversos problemas básicos que nos impedem de competir no mercado com outros países, e isto indiretamente atrapalha áreas mais específicas que deixam de ser “prioridades”.

Não temos a profissão valorizada da forma como gostaríamos, pois o mercado nacional não vê todo o valor dela aplicado hoje. Claro que isso não é uma verdade única, mas acredito que seja um grande obstáculo que precisamos como classe trabalhar e superar.

Fica a dúvida, a regulamentação vai ajudar? Sim e não. Acredito que vá ajudar a dar parâmetros sobre qual o escopo da atuação dos nossos profissionais, porém precisamos de mais para que isso se torne reconhecido pelo mercado. Não creio que isso seja um motivo de desespero. Podemos ver algumas áreas que até pouco tempo não existiam e hoje demandam muito de profissionais, como webdesign e games. Posso dizer que pela pouca experiência que tenho no mercado, bons profissionais devidamente preparados conseguem ótimas vagas no mercado de trabalho. Cabe a nós estarmos cientes do cenário em que nosso país se encontra e identificar quais são os setores da economia que mais precisam de nós. Se isso ainda assim não for suficiente, poderemos criar novas oportunidades dentro do design e que atendam a demandas latentes. Ou até atuar como designers e empreendedores, criando suas empresas, produtos ou serviços. Por pior que possa parecer o cenário, sempre é possível achar o caminho, basta saber como e onde procurar.

[Imagem] Fonte: http://www.encontrabrasil.com.br/bandeiras-do-brasil/index.html

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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As profissões promissoras de 2014

Por Diego Silvério

Desde o momento em que entrei na faculdade, ouvi muitas vezes falarem sobre a profissão de designer. São vários argumentos, desde a mais básicas como “a profissão não é reconhecida”, até as mais específicas “porque preciso saber tantos softwares para entrar no mercado de trabalho”. Assim como em todas as profissões, sempre apontaremos as lacunas e obstáculos da nossa área, isso é normal das classes. Não será a última vez que esse tema será batido, revirado, revisto ou retomado.

Na última semana, vi um artigo no site da revista Exame que me chamou a atenção. O título era “40 profissões promissoras para 2014” e, na esperança de encontrar uma luz no fim do túnel, fui ver se design estava contemplado dentro da lista. Que ilusão, nem chegamos perto. Porém, ao analisar um pouco mais a lista, percebi que isto estava diretamente e intimamente ligado ao nosso país e o seu atual cenário econômico. (Já vou adiantando para você que a análise a seguir é superficial e pessoal, mas acho que vale a discussão. =) )

Já nos primeiros lugares, é possível ver que a engenharia toma conta de parte da lista. Civil, mecânica, elétrica, e outras áreas relacionadas (como por ex. geologia). Uma outra parte se destina a profissionais de gerenciamento e controle, como por ex. gerente de projetos e contabilidade, e por fim as áreas de tecnologia da informação. Olhando com mais frieza para essas profissões, é possível ver que existe uma relação direta com o cenário em que o país se encontra e os grandes eventos que irão acontecer aqui.

Muito se fala, sobre o custo Brasil por ser muito alto e atrapalhar o desenvolvimento do país. Um dos componentes do custo Brasil é a infraestrutura do país,que muito se fala por ser responsável pelos gargalos e obstáculos para o mercado brasileiro. Neste caso, as engenharias possuem um papel importante e talvez por isso estejam tão valorizadas. Ainda sobre a engenharia civil, existe uma explosão de empreendimentos imobiliários e de obras públicas (ano de eleições) que demandam ainda mais desse setor. Para gerenciar tantos projetos e profissionais, os gerentes de projetos e controle possuem um papel fundamental, tanto no domínio privado quanto no público. As profissões de tecnologia da informação possuem um papel importante nas empresas, principalmente com a expansão das redes em nuvem, da telefonia móvel edos sistemas integrados. É claro que essa visão é muito superficial, pois cada profissão deve ter outros fatores importantes que as tornam mais demandadas e com um cenário promissor em 2014.

Mas o que isso tem a ver com o design?

Ao conversar sobre o tema com minha namorada e amigos designers, levantamos vários argumentos críticos sobre a nossa profissão. Porém, ao relacioná-los com o artigo da revista Exame, pude ver que existe algo maior do que os problemas do dia-a-dia, e que acredito que influencie diretamente na forma como a nossa profissão é vista. O cenário econômico atual do Brasil demanda hoje e irá demandar por algum tempo por profissionais que possam atuar em áreas defasadas da estrutura econômica do país. O Brasil possui diversos problemas básicos que nos impedem de competir no mercado com outros países, e isto indiretamente atrapalha áreas mais específicas que deixam de ser “prioridades”.

Não temos a profissão valorizada da forma como gostaríamos, pois o mercado nacional não vê todo o valor dela aplicado hoje. Claro que isso não é uma verdade única, mas acredito que seja um grande obstáculo que precisamos como classe trabalhar e superar.

Fica a dúvida, a regulamentação vai ajudar? Sim e não. Acredito que vá ajudar a dar parâmetros sobre qual o escopo da atuação dos nossos profissionais, porém precisamos de mais para que isso se torne reconhecido pelo mercado. Não creio que isso seja um motivo de desespero. Podemos ver algumas áreas que até pouco tempo não existiam e hoje demandam muito de profissionais, como webdesign e games. Posso dizer que pela pouca experiência que tenho no mercado, bons profissionais devidamente preparados conseguem ótimas vagas no mercado de trabalho. Cabe a nós estarmos cientes do cenário em que nosso país se encontra e identificar quais são os setores da economia que mais precisam de nós. Se isso ainda assim não for suficiente, poderemos criar novas oportunidades dentro do design e que atendam a demandas latentes. Ou até atuar como designers e empreendedores, criando suas empresas, produtos ou serviços. Por pior que possa parecer o cenário, sempre é possível achar o caminho, basta saber como e onde procurar.

[Imagem] Fonte: http://www.encontrabrasil.com.br/bandeiras-do-brasil/index.html

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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