O dólar vai aumentar? e daí?

Por Diego Silvério

A mídia deitou e rolou neste segundo semestre sobre o aumento do dólar frente ao real. Todo mundo reclamou, desde o empresário até o vendedor de camelô. De fato, ninguém escapou dos seus efeitos colaterais, nessas horas todos os preços sofrem. Agora … olhando para o designer, o que ele tem a ver com isso?

A ideia aqui não é dizer o que nós, profissionais da criatividade, devemos ou não fazer. O objetivo deste post é fazer uma reflexão sobre a nossa pequena participação dentro da dinâmica da economia e do mercado. Acredito cada vez mais que todos nós, independente da formação, devemos olhar mais e mais para o que acontece no mundo, e não somente para o nosso umbigo. Com a chegada do natal e ano novo, a mídia começa a divulgar o balanço do ano, a famosa retrospectiva 2013. Começamos bem o ano, mas o céu foi escurecendo a medida que passávamos do primeiro para o segundo semestre. E acreditem, não foi fácil pra ninguém (talvez só um pouco para os americanos e alemães).

E para o ano de 2014? O céu está ficando mais obscuro ainda, alguns dizem que ficará meio turvo, e boa parte disso se deve à Copa do Mundo e às eleições. A mídia começa a fazer suas previsões, e claro, o preço do dólar entra na discussão e as opiniões não são muito boas. A esta altura você pode estar se perguntando… estou no terceiro parágrafo e não entendi ainda,  que raios eu tenho a ver com isso?

Não é muito simples e nem trivial, mas resumindo a ideia é a seguinte: com o aumento do dólar, os insumos vão ficar mais caros. Markers, papéis (importados e nacionais), tintas, plásticos, metais, quase tudo. Os insumos locais não escapam do aumento, pois vai ficar mais interessante para os produtos exportarem seus produtos do que venderem internamente. Até os produtos chineses podem ficar mais caros. Olhando para os projetos, é possível que a demanda diminua, pois muitas pessoas ficarão com medo de investir neste momento obscuro da economia. Com isso, pode haver um menor número de projetos e com orçamentos menores. Aqueles projetos que dependem de insumos importados, por exemplo de aço e alumínio, também ficarão com orçamentos mais restritos. Acreditem, todo mundo estará no mesmo barco.

“É uma cilada bino!”, e agora, como faz?

Como bons profissionais da criatividade, cabe a nós identificarmos oportunidades para fugir deste cenário obscuro. Em alguns casos, vale o mantra “less is more” de Mies van der Rohe para projetos mais simples, orçamentos mais enxutos, formas de pagamentos mais flexíveis, e por aí vai. Em outros casos, vale entender melhor o mercado e identificar setores que irão se beneficiar desse cenário todo, inclusive com a Copa do Mundo e eleições presidenciais. De qualquer forma, ainda há esperanças!

😉

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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O dólar vai aumentar? e daí?

Por Diego Silvério

A mídia deitou e rolou neste segundo semestre sobre o aumento do dólar frente ao real. Todo mundo reclamou, desde o empresário até o vendedor de camelô. De fato, ninguém escapou dos seus efeitos colaterais, nessas horas todos os preços sofrem. Agora … olhando para o designer, o que ele tem a ver com isso?

A ideia aqui não é dizer o que nós, profissionais da criatividade, devemos ou não fazer. O objetivo deste post é fazer uma reflexão sobre a nossa pequena participação dentro da dinâmica da economia e do mercado. Acredito cada vez mais que todos nós, independente da formação, devemos olhar mais e mais para o que acontece no mundo, e não somente para o nosso umbigo. Com a chegada do natal e ano novo, a mídia começa a divulgar o balanço do ano, a famosa retrospectiva 2013. Começamos bem o ano, mas o céu foi escurecendo a medida que passávamos do primeiro para o segundo semestre. E acreditem, não foi fácil pra ninguém (talvez só um pouco para os americanos e alemães).

E para o ano de 2014? O céu está ficando mais obscuro ainda, alguns dizem que ficará meio turvo, e boa parte disso se deve à Copa do Mundo e às eleições. A mídia começa a fazer suas previsões, e claro, o preço do dólar entra na discussão e as opiniões não são muito boas. A esta altura você pode estar se perguntando… estou no terceiro parágrafo e não entendi ainda,  que raios eu tenho a ver com isso?

Não é muito simples e nem trivial, mas resumindo a ideia é a seguinte: com o aumento do dólar, os insumos vão ficar mais caros. Markers, papéis (importados e nacionais), tintas, plásticos, metais, quase tudo. Os insumos locais não escapam do aumento, pois vai ficar mais interessante para os produtos exportarem seus produtos do que venderem internamente. Até os produtos chineses podem ficar mais caros. Olhando para os projetos, é possível que a demanda diminua, pois muitas pessoas ficarão com medo de investir neste momento obscuro da economia. Com isso, pode haver um menor número de projetos e com orçamentos menores. Aqueles projetos que dependem de insumos importados, por exemplo de aço e alumínio, também ficarão com orçamentos mais restritos. Acreditem, todo mundo estará no mesmo barco.

“É uma cilada bino!”, e agora, como faz?

Como bons profissionais da criatividade, cabe a nós identificarmos oportunidades para fugir deste cenário obscuro. Em alguns casos, vale o mantra “less is more” de Mies van der Rohe para projetos mais simples, orçamentos mais enxutos, formas de pagamentos mais flexíveis, e por aí vai. Em outros casos, vale entender melhor o mercado e identificar setores que irão se beneficiar desse cenário todo, inclusive com a Copa do Mundo e eleições presidenciais. De qualquer forma, ainda há esperanças!

😉

Diego Silvério

Diego Silvério

Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedor de prêmios nacionais e internacionais e já desenvolveu projetos para a Intelbrás, Linde, Tigre, Nokia e HSBC. Hoje é designer da Whirlpool e se aventura dentro das áreas de negócios, estratégia e economia.

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