
Diego Max e suas colagens psicodélicas
A colagem é um procedimento artístico que fornece uma gama de sentidos e possibilidades infinitas. Nossos amigos concretistas começaram a usar essa técnica e, desde então, ela foi utilizada de diversos meios, formas e conceitos diferentes. “Sentidos” e “possibilidades” são palavras-chave para os conceitos surrealistas, e se juntar a palavra “mídia” ainda fornece uma gama ainda maior de exploração artística.
O surrealismo trata, principalmente, do inconsciente. Com isso, puxa também a emoção, sensibilidade e o impulso humano. Não somente existiu na pintura e escultura, como grande parte dos movimentos artísticos, mas igualmente na escrita e no cinema (como o clássico Um Cão Andaluz, de Buñuel). O movimento mesmo começou com os Manifestos Surrealistas, no início do século XX.
Agora, na pós-modernidade, surge uma figura peculiar: Diego Max. Ele é doido por ilustração botânica e anatômica e, dessa forma, cria dualidades maravilhosas em seus trabalhos: corpo x espírito, consciente x inconsciente, racionalidade x irracionalidade, contemporaneidade x modernidade, e por aí vai.
Suas composições são, de certa forma, esquemáticas e organizadas. Vê-se que existe um “grid” por trás de suas obras. São colagens bem pensadas. Na verdade que a colagem, tendo suas origens no concretismo, que tem algumas raízes em regras de composição da Gestalt, segue uma espécie de norma irracional de ter uma composição bastante esquemática. E, bem, é essa organização juntamente com a liberdade de manifestação que torna colagem um procedimento artístico lindíssimo.
A mente humana, racional e esquemática, ilustrada por Diego Max com cérebros e máquinas, aparece juntamente com a fluidez da natureza, com suas flores que nascem dentro de olhos, peixes flutuantes e corações anatômicos comandados como marionetes.
A obra do Diego Max tem uma semelhança incrível com o surrealismo precoce do Bosch: a cada momento aparece um detalhe novo.
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