Por que Waldemar Cordeiro é um cara tão legal?

Por Isabela Fuchs

Waldermar Cordeiro é um cara legal. Obras não estáticas e reflexivas geralmente recebem o sucinto adjetivo de “legal” porque abre a cabeça para coisas que você não pensa. Ou melhor, abre a sua cabeça e penetra dentro dela uma ideia nova e você não faz uma exata noção disso, mas sente que aquilo te acrescentou em algo. Com certeza você já foi em alguma exposição assim, em que você sentiu a obra de uma maneira diferente das demais. E, por algum motivo, as obras de Waldemar Cordeiro criam uma conexão impressionante. Aliar arte e tecnologia não é coisa recente, é dos meados dos anos 50, mas é algo que permanece muito interessante e curioso até hoje, mesmo após quedas de Muro de Berlim e fins de ditaduras e outras tantas coisas que vimos desde essa época.

O próprio artista define pintura como algo de uma era paleocibernética da história da arte. Essa sua faceta eletrônica, metálica e futurística (uma arte meio Jetsons até) tem um pouco a ver com suas ideologias de esquerda: Waldemar pensava que um país enorme como o Brasil construiria uma cultura e identidade nacional através e graças à comunicação eletrônica. Obviamente, sua arte teria algumas raízes formadas a partir de sua ideia. Também com seus ideais ele considerava que a arte eletrônica a tornaria mais humanizada e mais popular, mais democratizada e disponível a qualquer pessoa.

Sua arte é mecanizada, fria, racional e muito interessante. Porque a partir do momento em que o artista determina que sua arte é de tal maneira, é justamente para questionar ou aprofundar sobre o tema abordado. E em uma época mecanizada, fria e calculista, nem mesmo um beijo se salva 🙁

 

Isabela Fuchs

Isabela Fuchs

Estudante de Design na UTFPR. Apaixonada por História da Arte, mas também nutro paixões paralelas como Design Editorial, Design de Embalagens e Tipografia.

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