MuzziCycles
Pode parecer mais um projeto ecológico, que possui um forte apelo de marketing e não terá futuro no mercado. Não é o caso desse produto, devido à repercussão que está tomando e à fila de espera para adquirir uma unidade.
A questão aqui não é a solução formal que adotaram para o produto e sim a inovação tecnológica aliada ao modelo de negócios que o artista plástico e inventor Juan Muzzi colocou em prática. As bicicletas utilizam alguns tipos de plásticos, tais como PET, polipropileno, nylon e ABS, que eram resíduo e se tornaram matéria prima para este produto.
O projeto inicial patenteado em vários países é baseado em ossos de animais, sendo que a estrutura é oca e feita a partir de mistura de plásticos moídos, garantindo leveza e resistência para a bicicleta. Para ser produzido no Brasil, o processo de produção teve que sofrer algumas modificações devido à algumas limitações das indústrias locais. Segundo o seu criador, cada bicicleta ecológica exige cerca de 200 garrafas PET para ser produzida, estas que passam por um processo onde são moídas e transformadas na resina plástica.
“As bikes não precisam de tinta nem de solda. Isso tudo tem um alto custo ambiental e econômico. Além de excluir a pintura, você não precisa extrair minério para as peças da bike, nem bauxita (para fazer alumínio), em um processo que consome muita energia – e ainda gera um volume muito grande de carbono na atmosfera”.
“O projeto em sí é uma crítica social, uma reprovação ao consumo ao qual estamos viciados” – ressalta Juan
O artista plástico comemora a intensa procura pelo seu produto e também pelas parcerias de indústrias que possuem resíduos de plásticos decorrentes da produção, ou seja, matéria prima não vai faltar. Se considerarmos que os custos e a complexidade da extração de petróleo e de outras matérias primas são cada vez maiores, este tipo de projeto possivelmente deixará de ser apenas uma crítica para se tornar um processo industrial básico.
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